SÉRGIO MACHADO QUER REFORMAS COMO HOMENAGEM A SÉRGIO MOTTA
Ao registrar um ano da morte do ex-ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique Cardoso, Sérgio Motta, ocorrida no dia 19 de abril do ano passado, o senador Sérgio Machado (PSDB-CE) disse que a melhor homenagem que o Congresso pode oferecer ao ex-secretário-geral do PSDB é concluir as reformas política, tributária e do Judiciário, "pelas quais ele tanto lutou".Na homenagem, Sérgio Machado falou do antigo companheiro de partido como um exemplo de coragem, lealdade, entusiasmo, firmeza de propósitos, insuperável competência e intransigência na militância em defesa dos ideais da social democracia. O senador pelo Ceará acrescentou que Sérgio Motta também era polêmico, irreverente, bem-humorado, explosivo, habilidoso, sutil nas idéias, duro nos princípios, extravagante nas ações, eficiente nas tarefas e eficaz nos resultados.- Com sua personalidade forte, seu jeito bombástico de ser, presença diuturnamente marcante no cenário político, legitimava, com acentuado pragmatismo, o ímpeto muitas vezes exagerado e o aparente atropelo de seus atos, pela veemência dos resultados práticos que alcançava - afirmou Sérgio Machado.Na opinião de Sérgio Machado, ao assumir o Ministério das Comunicações, em 1995, Sérgio Motta contribuiu decisivamente para o desenvolvimento do Brasil, deflagrando os avanços tecnológicos que hoje são registrados no setor. O senador estendeu a homenagem ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, Luiz Eduardo Magalhães, que faleceu no dia 21 de abril do ano passado.APARTES Para o senador Artur da Távola (PSDB-RJ), Sérgio Motta foi um dos primeiros brasileiros a perceber a possibilidade de unir os ideais dos liberais modernos com os dos socialistas capazes de revisão. No entendimento de Paulo Hartung (PSDB-ES), o Brasil ainda tem poucos quadros administrativos, gerenciais e políticos, e ressente-se do vazio deixado por Motta e Luiz Eduardo Magalhães.Também o senador Pedro Piva (PSDB-SP) disse que tanto Sérgio Motta quanto Luiz Eduardo Magalhães foram homens extraordinários que o Brasil jamais esquecerá. O senador Antero de Barros (PSDB-MT) lamentou não ter mantido contato mais estreito com o ex-ministro das Comunicações, por outro lado, lembrou que foi deputado constituinte ao lado do ex-presidente da Câmara, de quem registrou o respeito e o cumprimento dos acordos, independente de partidos.Mesmo integrante do Bloco Oposição, o senador Sebastião Rocha (PDT-AP) destacou o carisma, a autenticidade e a capacidade de articulação política de Sérgio Motta. De Luiz Eduardo, ele destacou a capacidade em honrar compromissos. Encerrando a série de apartes, a senadora Marina Silva (PT-AC) disse que Deus deu ao senador Antonio Carlos Magalhães um filho para falar "calma papai" e ao PSDB um militante para "botar fogo" nas posições geralmente ponderadas do partido.
19/04/1999
Agência Senado
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