SÉRGIO MOTTA ERA PAIXÃO, SONHO E AÇÃO, DIZ ARTUR DA TÁVOLA
O senador Artur da Távola (PSDB-RJ) disse hoje (dia 20), em discurso no plenário, que um amálgama de paixão, sonho e ação, a seu ver trinômio difícil de ser encontrado nos homens públicos, poderia explicar o que foi Sérgio Motta e o sentido de sua perda para o governo e o país.
Para Távola, era a paixão que mobilizava a entrega total de Sérgio Motta no que fazia. Mas, acrescentou, talvez fosse o sonho da social-democracia a melhor explicação sobre a personalidade de Motta, "que o encarnou desde que se lançou na vida política ao se integrar à organização católica AP".
Segundo o senador, da luta contra o regime militaraté o final da Constituinte, quando houve a possibilidade de a social-democracia se firmar como partido destacado da frente política que era o PMDB, Sérgio Motta integrou o grupo mais próximo de Fernando Henrique Cardoso e, como secretário-geral do PSDB, estruturou o partido nacionalmente.
Na opinião de Távola, as dificuldades e conflitos para compatibilizar a ética da convicção com a da responsabilidade - própria do homem público -, tão claramente presentes em Fernando Henrique, talvez não existissem em Sérgio Motta, pois "ele pensava na ação e agia no pensar".
- Isso mostra como ele era importante para o presidente. Pela ousadia e coragem, e pelo grau de lealdade e generosidade, Serjão era o anteparo de que todo presidente precisa - enfatizou.
Depois de observar que a eleição de Fernando Henrique à presidência não significou que ela pudesse ser exercida com exclusividade pelo PSDB, ele frisou que, originário de um partido não-majoritário, Fernando Henrique teve que compor alianças para o exercício do poder e ninguém teve tanta consciência dessas circunstâncias políticas quanto Sérgio Motta.
Por sua figura "alegre, agressiva, agradável, desagradável, firme e decidida", Sérgio Motta seria, no juízo de Artur de Távola, "um exemplo do que somos em alma, coração e vida". Numa síntese, Motta era o entusiasmo em pessoa e sua morte "é uma amputação afetiva e doutrinária".20/04/1998
Agência Senado
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