Serys contesta acusação sobre envolvimento com "máfia das ambulâncias"



Em pronunciamento nesta quarta-feira (12), a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) se disse "estarrecida" com o vazamento de informações sigilosas da CPI dos Sanguessugas e repudiou o envolvimento de seu nome com irregularidades na compra de ambulâncias com verbas de emendas parlamentares. Alegando desconhecer o teor da denúncia, Serys decidiu apresentar requerimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), à Procuradoria Geral da República e à CPI dos Sanguessugas para saber das ilegalidades das quais é acusada.

- Considero comum esse tipo de denúncia em ano eleitoral, mas não admito o meu nome em boca de bandido. Não me vergarei a denúncias caluniosas - reagiu.

Serys lembrou que essa é a segunda vez que essa acusação vem à tona - a primeira ocorreu em maio passado - envolvendo emendas de 2001 a ela atribuídas. Assim que a denúncia surgiu, conforme explicou, tratou não só de assinar a proposta de instalação da CPI dos Sanguessugas, mas também de autorizar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico seu e de seus quatro filhos. Em meio à indignação pelo episódio, reafirmou que jamais fez ou fará ato de malversação de recursos públicos.

Solidariedade

Quase 20 senadores, entre governistas e oposicionistas, expressaram sua solidariedade à petista. O rol de apartes favoráveis foi aberto pela senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), que declarou "não acreditar que Serys esteja envolvida com esse banditismo". Também acusado de participação na "máfia das ambulâncias", o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) disse já ter entrado na Justiça contra seus acusadores e pedido à comissão para investigar a fundo a denúncia contra ele.

O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) transmitiu recado do senador Magno Malta (PL-ES) - outro acusado no caso - dizendo já ter enviado sua defesa ao presidente do Senado, Renan Calheiros. Em seguida, o senador Tião Viana (PT-AC) disse que, até prova em contrário, Serys é correta e não merece essa tentativa de destruição de sua imagem. Os senadores Edison Lobão (PFL-MA) e Ideli Salvatti (PT-SC) lamentaram a acusação contra a petista e fizeram questão de realçar que o ônus da prova cabe ao acusador, e não à acusada.

Também falaram em defesa de Serys os senadores Roberto Saturnino (PT-RJ), Wellington Salgado (PMDB-MG), Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), José Sarney (PMDB-AP), Eduardo Suplicy (PT-SP), Antônio João (PTB-MS), Lúcia Vânia (PSDB-GO), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Ana Júlia (PT-PA), Fátima Cleide (PT-RO), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e Renan Calheiros (PMDB-AL).

12/07/2006

Agência Senado


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