Suassuna apresentará defesa sobre denúncias de seu envolvimento com máfia das ambulâncias
O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) afirmou nesta sexta-feira (12), em entrevista à imprensa, que na próxima terça (16) ou quarta-feira (17) deverá apresentar sua defesa em relação às acusações de que estaria envolvido em fraudes e superfaturamento em licitação para compras de ambulância com recursos oriundos de emendas parlamentares ao Orçamento. Ele informou que as explicações ainda não foram dadas porque ainda não teve acesso ao conteúdo do inquérito da Polícia Federal sobre as atividades ilícitas detectadas pela Operação Sanguessuga.
Ney Suassuna fez questão de adiantar que não participou do esquema de apresentação deemendas ao Orçamento para a compra de ambulâncias com preços superfaturados. Declarou, no entanto, que já intermediou a compra de várias ambulâncias para as regiões mais carentes do seu estado, não só por meio de emendas, mas também com recursos próprios.Isso porque, segundo ele, dos 223 municípios da Paraíba, somente dois têm hospitais e equipamentos suficientes para atender a população local e, em razão disso, a aquisição de ambulâncias está entre os pedidos mais recorrentes dos prefeitos.
- Somente no meu primeiro mandato, foram 82 ambulâncias do meu próprio bolso e no segundo, mais 29 por meio de emendas, até mesmo para atender a resolução que determina que 30% dos gastos do Orçamento devem ser feitos na área da saúde - afirmou.
O senador garantiu ainda que não conhece Maria da Penha Lino, ex-funcionária do Ministério da Saúde presa sob a acusação de intermediar o esquema, que consistia na apresentação de emendas de parlamentares ao Orçamento da União para que prefeituras comprassem ambulâncias, após acordo com os prefeitos para que dirigissem o resultado das licitações.
Suassuna defendeu ainda uma investigação profunda do caso e, ao criticar a atuação da imprensa na cobertura do escândalo, também propôs uma legislação com severas punições para quem divulgar fatos ainda não comprovados.
- Acho injusto como está. A imprensa tritura a biografia de qualquer cidadão, sem que ele tenha direito a defesa - afirmou o senador.
12/05/2006
Agência Senado
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