Serys quer 30% dos cargos da Mesa para mulheres



Primeira oradora da sessão solene do Congresso Nacional, destinada a celebrar a passagem, no último dia 8, do Dia Internacional da Mulher, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) pediu nesta quarta-feira (12) a aprovação de projeto que assegura 30% dos cargos das Mesas da Câmara e do Senado para as mulheres. Também defendeu proposta que cria, no Senado, a Comissão Permanente de Direitos Humanos e Questões de Gênero.

A senadora afirmou que a discriminação contra a mulher é uma realidade, assim como o alijamento feminino do poder político. Exemplificou com o caso do Senado, cuja bancada feminina ela considera reduzida, apesar de esta ter crescido de seis para 10 senadoras na última eleição - uma das quais, Marina Silva, licenciou-se para assumir o Ministério do Meio Ambiente. -De 81 cadeiras, 72 são ocupadas pelos companheiros homens-, observou Serys.

- Nós, mulheres, não queremos ser mais, mas muito menos queremos ser menos do que os homens. Queremos a participação no poder político, sim. No Senado e no Congresso sou a única mulher que compõe a Mesa, e ainda assim como suplente. Mas estamos conquistando e ainda vamos conquistar muito mais espaço com a luta e esforço conjunto. - afirmou a senadora.

Serys lembrou que as mulheres da atualidade têm um compromisso gigantesco com o futuro, uma vez que no passado muitas derramaram o próprio sangue e até perderam a vida lutando pelo resgate de sua cidadania e de sua dignidade. A senadora homenageou todas as mulheres e dirigiu uma deferência especial aos homens presentes.

- Os homens que estão aqui hoje acreditam que temos capacidade de fazer uma sociedade justa, dos iguais, em que não existam oprimido e opressor. Só com homens e mulheres comprometidos em conjunto é que vamos construir essa sociedade - disse.

A senadora homenageou as convidadas presentes, destacando, entre elas, a ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Grace; a secretária Nacional dos Direitos da Mulher, Emília Fernandes; e, -representando o amor extremado de mãe-, Aparecida Braule Pinto, a Lia, mãe do menino Pedrinho, seqüestrado há 17 anos e reencontrado no ano passado em Goiânia.



12/03/2003

Agência Senado


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