Sibá alerta para tensão entre madeireiros e famílias no Pará
O senador Sibá Machado (PT-AC) alertou o Plenário, nesta quinta-feira (30), para a possibilidade de conflitos violentos acontecerem no início da próxima semana no município de Porto de Moz (PA), na região do rio Xingu. Segundo o senador, uma área de 1,7 milhão de hectares vem sendo utilizada por madeireiros, cuja atuação se contrapõe às 15 mil famílias que ocupam a área.
O Plenário aprovou requerimento de Siba, determinando o envio de missão do Senado para acompanhar equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da organização não-governamental Greenpeace que estarão na região na segunda-feira (3).
- Não sei o que pode acontecer. Peço que o Senado e a Câmara participem das negociações com o setor madeireiro e com as famílias, para que se chegue a uma situação de paz - afirmou o senador, que sugere a elaboração de uma proposta de manejo sustentável daquelas terras, com a divisão dos recursos para os madeireiros e para a população local.
A maior parte das terras, disse Sibá, pertence ao governo do estado, mas uma parcela é de propriedade da União. Dessa forma, o senador também pediu ao líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), que entre em contato com o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), para dar atenção especial à questão.
Segundo Sibá, os madeireiros, valendo-se de intimidação, estão ameaçando pessoas de morte. Em fita de vídeo, o senador disse que assistiu a uma -batalha- em rio da região em que balsas dos madeireiros tentam furar um bloqueio feito pelas famílias. Essa situação, afirmou Sibá, pode se agravar na próxima semana, tendo em vista que um navio do Greenpeace está se dirigindo para a área de conflito. Além disso, o senador revelou que informações dão conta de que a missão do Ibama seria interceptada e intimidada na altura do município de Breves (PA).
- Essa situação se mostra uma afronta ao estado democrático de direito. Pela intimidação e pela pistolagem não é possível. Esse litígio pode levar ao massacre de pais de família simples que almejam somente o seu bem-estar - afirmou o senador, ponderando que as terras não podem ficar apenas com alguns poucos empresários, de acordo com a posição que estaria sendo defendida pela Prefeitura de Porto de Moz.
30/10/2003
Agência Senado
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