Silvio Santos fica refém por 7 horas



Silvio Santos fica refém por 7 horas Fernando Dutra Pinto, 22, surpreendeu toda a polícia de São Paulo ao retornar à casa do empresário e apresentador de TV Silvio Santos, 70, onde, apenas nove dias antes, havia seqüestrado Patrícia Abravanel, 23, filha do dono do SBT. Eram 7h quando Fernando escalou o muro e entrou na propriedade. Naquele momento, já era o criminoso mais procurado do País - havia matado dois policiais e escapado com ferimento nas nádegas após tiroteio na noite anterior. Silvio, sua mulher, Íris, as quatro filhas do casal e mais cinco pessoas estavam na casa. Enquanto Fernando dominava o grupo, as primeiras equipes de policiais chegavam à casa, no bairro do Morumbi, atraídas pelo alarme de segurança. Íris e suas filhas, ainda com as roupas de dormir, logo foram liberadas, mas o apresentador seria mantido refém por sete horas. (...) (Cotidiano, pág. 1) * O seqüestrador Fernando Pinto contou a policiais que dormiu num terreno próximo à casa do apresentador Silvio Santos na noite anterior a invasão, de acordo com o capitão da Polícia Militar Samuel de Oliveira. "Depois do tiroteio com os policiais, ele se apavorou e aí pensou em pedir ajuda a Silvio Santos", afirmou. (pág. 1 e C7) * Fernando Dutra Pinto surpreendeu-nos. Não foi a surpresa lúdica, não. Foi a surpresa assustadora, gerada por um foragido caçado pela polícia e em cujo rastro já havia dois mortos. (pág. 1 e C6) * Não fosse o refém alguém destacado como Silvio Santos, teriam tantas autoridades se posto à volta da vítima e o próprio governador se abalado porque assim queria o criminoso? (pág. 1 e A5) * Avesso a gírias, Fernando Dutra Pinto fez parte da liderança jovem e do coral da Assembléia de Deus de 95 a 97 e chegou a distribuir folhetos evangélicos, informa "Mario Cesar Carvalho". Para pastor que o conhecia, "o demônio trabalhou a cabeça dele de forma estupenda". Na opinião de amigo, "é safadeza mesmo". (pág. 1 e C6) * Contadora informal do Grupo OK, de Luiz Estevão (PMDB-DF), por 19 anos, Jesuína Varandas Ferreira relatou ao Ministério Público como o ex-senador falsificou livros contábeis para tentar justificar pagamentos de US$ 36,2 milhões do Grupo Monteiro de Barros. Estevão negou ter fraudado as contas. (pág. 1 e A6) * Uma mulher de 56 anos morreu, supostamente por intoxicação, após princípio de incêndio na linha entre duas estações do metrô de São Paulo. Foi a primeira morte por falhas na operação do sistema nos 27 anos de existência do metrô. Ao menos 26 pessoas foram atendidas em hospitais. As vítimas estavam num vagão e tiveram de sair por um corredor, em meio à fumaça. Para o Metrô, a falha ocorrida é imprevisível. (pág. C10 e C11) Editorial "Duplo seqüestro" Os inacreditáveis lances do seqüestro que vitimou a família Abravanel revelam a precariedade do sistema de segurança pública. Já há muito que a população se sentia desamparada; a novidade está no fato de que um grupo, que aparenta ser inexperiente no crime, se julga capaz de seqüestrar, impunemente, a filha de um dos mais conhecidos empresários do País e proprietário da segunda rede de TV. Mais do que ousadia, a ação demonstra o colapso da credibilidade da polícia. Pior ainda, o mentor do crime, depois de ter matado dois policiais em tiroteio e ferido um terceiro, sentiu-se evidentemente ameaçado e foi à casa de Silvio Santos. Para tentar obter garantias de que não seria morto, cometeu novo seqüestro, mantendo o empresário como refém por cerca de sete horas. (pág. A-2) Colunistas Painel Geraldo Alckmin disse a amigos que hesitou muito até decidir envolver-se pessoalmente no seqüestro de Silvio Santos. Só atendeu ao pedido do seqüestrador de ir à casa do apresentador quando viu que sua omissão poderia ter péssima repercussão. (pág. A-4) Topo da página

08/31/2001


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