Simon alerta ameaça para aliança entre PMDB e PSDB
Simon alerta ameaça para aliança entre PMDB e PSDB
A aliança entre PSDB e PMDB para a eleição presidencial corre o risco de não ser confirmada pelos peemedebistas porque falta unidade interna em torno do projeto, alertou hoje o senador Pedro Simon (PMDB-RS), um dos nomes preferidos do candidato tucano José Serra para compor sua chapa. Com um forte discurso pró-Serra, o senador gaúcho propõe que o presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), convoque todos os setores do partido para buscar esse entendimento. Retribuindo os afagos do tucano, Simon é só elogios ao presidenciável. "Ele é o candidato mais preparado e competente, e um parlamentar progressista", disse.
Ao afirmar que Serra é um progressista, o senador Simon ressaltou que a troca do tucano pelo nome do ex-governador Tasso Jereissati (CE), como quer o PFL, seria uma guinada à direita. "Se tirar a candidatura de Serra para pôr Tasso, aí mesmo é que haverá um candidato à direita ", avaliou. Embora tenha considerado estranho o fato de o PMD usar o horário eleitoral no rádio e TV para tentar atrair o PFL, Pedro Simon considerou interessante a iniciativa peemedebista. "É um gesto de humildade do PMDB". E acrescentou: "O apoio do PFL fortalecerá a candidatura de Serra". Com a tese da candidatura própria à presidência da República praticamente enterrada dentro do PMDB, Simon defende que a direção do partido faça um esforço para que a opção por Serra seja uma decisão majoritária.
Há peemedebistas que optam por ficar livre de alianças
Segundo ele, ainda é grande a ala que prefere ficar livre no plano nacional para fazer as mais diversas coligações nos Estados. "Por isso a Executiva Nacional precisa agir para unir os setores, o comando deve ter humildade para chamar todas as facções, porque a hora é agora e há espaço para negociar uma saída de consenso". Ele afirma que Michel Temer não deve isolar os grupos que têm dificuldades para apoiar José Serra, como os dirigentes do partido em São Paulo, Goiás, Paraná e Minas Gerais, onde estão as maiores resistências. "Esses grupos não podem ficar isolados", cobra, lembrando que estes Estados poderão, se quiser, derrubar o apoio a Serra na convenção do PMDB em junho.
"Esses grupos não podem ficar isolados", alertou o senador, para quem Michel Temer só conseguiu se eleger para a presidência do PMDB com o apoio das bancadas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina que estavam dispostas a apoiar a candidatura do senador Maguito Vilela (PMDB-GO) ao comando partidário. "Isso ele não pode esquecer", cobrou Simon. Ao pedir maior empenho de Temer para reunificar o PMDB, o senador disse que o PFL conseguiu reunir na mesma mesa de negociação duas alas opostas na corrida presidencial como o governador Jaime Lerner (PR), que defende o apoio a Serra, e o ex-senador Antonio Carlos Magalhães, que prefere uma aliança com o pré-candidato do PPS, Ciro Gomes.
Gaúchos firmam contratos na Agrishow
Pela primeira vez, pequenas e micro empresas gaúchas estão tendo a oportunidade de expor seus produtos em um estande coletivo na Agrishow, maior feira agrícola do País, que acontece até amanhã, em Ribeirão Preto (SP). Nos dois primeiros dias de feira, o estande do Rio Grande do Sul registrou 602 contatos com compradores, 212 com representantes e distribuidores de produtos e 22 contatos com instituições de pesquisa.
Ainda foram fechados 89 negócios e iniciadas 413 vendas.
A iniciativa é do governo do Estado, através do Projeto de Promoção Comercial da Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai). "A relação custo-benefício de participação em uma feira dessas é muito relativa. Como sabíamos que na Agrishow a prioridade era a realização de negócios, colocamos a mostra em nosso calendário", destaca a coordenadora da Divisão de Feiras da Sedai, Scheila Fogaça. O projeto ainda conta com a parceria do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers) e do Sebrae/RS.
A área que representa o Rio Grande do Sul é ocupada por 20 pequenas e micro empresas que arcaram apenas com o custo da compra do espaço físico no parque. "Montamos toda a estrutura e ficamos com os gastos da manutenção. O apoio do governo chegou a 60% dos custos", explica Scheila. Do total de R$ 227.774,30 investidos na participação das 20 empresas, R$ 164.868,35 partiram do governo e R$ 62.905,95 das próprias fábricas. "As grandes empresas já têm participação garantida na Agrishow todos os anos. Agora também queremos apoiar aquelas que têm menos recursos", enfatiza o presidente do Simers, Cláudio Bier.
Para o técnico de vendas da Indústria de Plásticos Musskopf, de Santa Rosa, Anerci Wiesner, o mais importante de ir à Agrishow é o fato de estar próximo dos grandes clientes. A empresa, que trabalha com a produção de componentes para a indústria de máquinas agrícolas, fornece peças para cerca de 80% das fábricas do setor no Rio Grande do Sul. "Além de estarmos fazendo grandes contatos na exposição, podemos manter nossos maiores clientes informados sobre os nossos produtos", ressalta Wiesner.
O sócio-gerente da Drain Matic, Fernando Felizari, conta que este já é o quarto ano de participação na Agrishow. "A diferença é que desta vez saiu bem mais barato a nossa presença", afirma. A empresa está lançando na feira um filtro de óleo diesel que drena automaticamente a água de motores de máquinas agrícolas e caminhões. "Estamos na mostra para vender mesmo, porque para nós essa é a melhor exposição", completa Felizari, lembrando que a partir do próximo ano a Drain Matic também vai investir na edição Cerrado da Agrishow, que acontece em Rondonópolis (MT).
Musical conta a saga de Getúlio Vargas
Com mais de 50 anos de carreira, o ator e diretor Sérgio Britto resolveu utilizar o teatro para se dedicar a uma espécie de revisão da História do Brasil. O ex-presidente Getúlio Vargas, que governou o País sob regime ditatorial entre 1937 e 1945, mas depois foi eleito pela população entre 1951-1954, é seu biografado no espetáculo que estréia hoje no Theatro São Pedro. Os atores cantam e dançam uma série de números musicais em cena.
Escrito em parceria de Britto com Clovis Levi, o texto não se limita a discutir a história. Além da saga de Getúlio, mostra a riqueza da música brasileira a partir das dificuldades enfrentadas por um grupo de teatro.
Durante os ensaios da peça sobre o presidente gaúcho, o elenco enfrenta dificuldades e reflexões próprias dos artistas.
Há também um problema no elenco: Paulo (Rogério Freitas), o ator que vive o protagonista, tem uma personalidade neurótica, confunde realidade com ficção e se sente o próprio Getúlio, causando transtornos no andamento dos trabalhos. Também com Jalusa Barcellos, Ada Chaseliov, Dill Costa, Marcelo Capobiango, Samir Murad e Eli Mendes.
Onde e Quando
Balança tem o melhor resultado desde 1995
A balança comercial fechou o mês passado com superávit de US$ 481 milhões, o melhor resultado comercial para meses de abril desde 1995. O início dos embarques de produtos agrícolas como a soja contribuiu para o bom resultado. De janeiro a abril, o balança acumula saldo positivo de US$ 1,508 bilhão, o segundo superávit registrado pelo Brasil desde 1995 no período.
O desempenho comercial reflete, entretanto, não um crescimento das exportações mas uma retração forte das importações. De acordo com dados divulgados ontem pelo Mini stério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, os saldos positivos registrados até agora são frutos de expressiva redução nas compras de produtos no exterior.
De janeiro a abril, as exportações somaram US$ 16,531 bilhões ante US$ 18,518 bilhões no mesmo período de 2001, com queda de 10,7%. As importações, por sua vez, retraíram 21,3% no período, passando de um total importado de US$ 19,079 bilhões, no primeiro quadrimestre do ano passado, para US$ 15,023 bilhões agora em 2002. No acumulado dos últimos 12 meses ocorre o mesmo. As exportações sofreram queda de 2% enquanto as importações caíram 12,5%.
O início do embarque de soja em grão e farelo na última semana do mês passado acabou impulsionado as exportações. Somente a soja em grão registrou aumento de 133,8% no volume embarcado, em relação ao registrado em março.
Outros produtos básicos como fumo em folhas e café também tiveram aumento nos volumes vendidos em abril em comparação com março. "O Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do mundo e a agricultura é muito importante para o balanço comercial do País", avaliou a secretária de Comércio Exterior do Ministério, Lytha Spíndola.
Em abril, as exportações totais do Brasil superaram em 8,9%, em termos de valor, o volume vendido em março. Além do crescimento das vendas de produtos básicos (23,3%), houve também aumento nas vendas de produtos semimanufaturados (2,8%), como alumínio em bruto, e de manufaturados (5,1%), como o suco de laranja. "O mês de abril foi muito bom para as exportações", avaliou Spíndola.
Smic vai multar lojas que abrirem no domingo
As lojas de Porto Alegre que abrirem as portas neste domingo estarão sujeitas a multas que variam de R$ 3 mil a R$ 30 mil, de acordo com o número de funcionários. Se houver reincidência, o estabelecimento pode ter o alvará suspenso e, em último caso, cassado pela Prefeitura Municipal. O impasse ocorre uma semana antes do Dia das Mães, a segunda data de maior venda no calendário anual do varejo.
A Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic) vai reforçar a fiscalização para exigir o cumprimento da lei municipal 7.109/92, que proíbe o funcionamento do comércio aos domingos, exceto mediante acordo coletivo. Também ficam autorizadas a abrir as lojas que operam apenas com o proprietário e parentes em primeiro grau e as atividades previstas na CLT, como açougues, padarias e floriculturas.
A Procuradoria Geral do Município entende que a argumentação utilizada pelo Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) para estimular a abertura das lojas não tem valor jurídico, por estar baseada na lei 6.988/92.
Acontece que esta legislação foi revogada pela lei 7.109/92. "As decisões sobre a lei 6.988 só têm validade no período de seis meses em que ela vigorou", afirma Rogério Favreto, procurador geral do município. A atual legislação, lembra, foi considerada constitucional pelo pleno do Tribunal de Justiça do Estado (TJE) em dezembro de 1993.
O Sindilojas alega que o TJE classificou a lei municipal como ilegal e ineficaz, sentença confirmada em 1995 pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Em 1992, quando ingressamos na Justiça para garantir a abertura aos domingos, valia a lei anterior. Mas em 1993, quando o processo entrou em segunda instância, já incluía a lei 7.109", diz o presidente do Sindilojas, José Alceu Marconato.
Ontem, Marconato entregou à Smic uma notificação extra-judicial que prevê punição no caso de descumprimento da sentença, podendo levar até mesmo à prisão do secretário Cezar Alvarez. "As lojas não podem ser multadas", defende Marconato.
A expectativa do secretário é que os comerciantes respeitem a lei e que o Sindilojas reveja a orientação dada aos lojistas. "Não cabe à Prefeitura definir se o comércio abre ou não. Se houver acordo hoje entre empresas e funcionários dentro da convenção coletiva, as lojas estarão funcionando. Nosso papel é fazer cumprir a lei", assegura Alvarez.
A presidente do Sindicato dos Comerciários (Sindec), Esther Machado, descarta retomar o acordo com o presidente do Sindilojas por considerar que a atual convenção coletiva está sendo desrespeitada. "Não podemos fechar acordo com alguém que não cumpre o que assinou", diz. O Sindec promete fechar as lojas que abrirem domingo sem respeitar o acordo da categoria. "Como cidadãos podemos fazer cumprir a lei", alega Esther.
A direção do Sindilojas reúne-se hoje pela manhã para dar uma posição sobre o tema. A partir das 11h, o sindicato fará plantão para orientar os lojistas, no telefone 3228-8300.
Geralcoop espera faturamento de R$ 700 mil ao mês
A Geralcoop, cooperativa que assumiu o controle da Cia. Geral de Indústrias depois da falência em 16 de outubro do ano passado, espera obter R$ 700 mil de faturamento mensal em uma primeira etapa de operação para os meses de maio, junho e julho. A fábrica foi reaberta no dia 8 de março e ontem realizou a entrega da primeira linha de produção composta por 1,5 mil fogões a lenha, 540 aquecedores de água e sete toneladas de ferro fundido.
"A expectativa é que esses números subam em maio para 2,5 mil fogões a lenha, 1,5 mil aquecedores e 20 toneladas de ferro fundido ao mês", prevê o presidente da Geralcoop, Niro Barrios. Ele afirma que os próximos cinco anos serão de planejamento estratégico, de volumes de produção menores. Cinco anos é o prazo de vigência do arrendamento da fábrica acertado com o síndico da massa falida.
No mês de agosto, a empresa deve começar a comercializar fogões à gás aumentando o faturamento, para isso a cooperativa tentará o financiamento com o Banco do Brasil ou Banrisul. Também faz parte do plano da empresa começar a comercializar kits de conversão de aquecedores de água para a utilização de gás natural.
A cooperativa, para reativar a fábrica, contou com financiamento do Banrisul de R$ 600 mil para capital de giro, que deve começar a ser pago a partir de agosto, e os 450 sócios da cooperativa, todos ex-funcionários da Cia. Geral de Indústrias, entraram com R$ 1 mil cada um.
Atualmente a fábrica conta com 170 trabalhadores. Até o momento não houve remuneração, os trabalhadores devem começar a receber a partir do ingresso de receitas novas o que Barrios espera para o dia 20 deste mês. Até agora os funcionários se utilizam do seguro desemprego para se sustentarem.
Barrios espera que aumente a demanda para que se possa incorporar todos os trabalhadores na fábrica. "Se não fosse o sistema de cooperativa não seria possível manter a fábrica funcionando. A antiga administração cometeu muitos erros", afirma Barrios.
Artigos
Informalidade deita e rola
José Alceu Marconato
Um dos maiores dramas que estamos enfrentando nos dias de hoje é o avanço preocupante da economia informal. Para uns é causa, para outros é efeito, mas, o que é inegável é o prejuízo que trás para a sociedade como um todo, seja como agente causador do desemprego ou como fomentador da deterioração e desqualificação dos locais onde atua, sem falar na total ausência do recolhimento de impostos ou contribuições previdenciárias. Os índices de crescimento da informalidade já atingem taxa de 30% do PIB, isto é, 1/3 do que produzimos é proveniente desta nefasta economia informal. Tenho a sensação que, gradativamente, fazemos concessões a este malefício, aceitando esta situação com a justificativa de que desta forma não aumentamos a exclusão social e passando o sentimento que esta anomalia da economia já é fato consumado. Ora, o desemprego aumenta de forma incontrolável, ceifando as esperanças de nossos jovens.
Portanto, devemos deixar de lado a questão emocional que é de nos compadecer dos camelôs com a alegação de que os mesmos p recisam sobreviver, por isso, invadem nossas ruas, nossas calçadas, nossas praças, tudo encoberto pelo manto da impunidade, porque não punimos ou fiscalizamos quem vende produtos roubados, produtos pirateados, produtos contrabandeados, produtos de segunda categoria, churrasquinhos de gato, cachorros-quentes de higiene duvidosa, vales-transportes e toda sorte de porcarias que estão sendo comercializados no Centro de Porto Alegre como, também, em pontos de comércio intenso em nossos bairros.
Sempre que nos defrontamos com a realidade nua e crua de nossas ruas, o que deve prevalecer é a razão e, para tanto, temos que pressionar o poder público em nível municipal, estadual e federal para eliminarmos as mazelas na relação da cidade com seus concidadãos. É dever da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio, órgão responsável pela atividade econômica do Município, agir com rigor e firmeza de propósitos, reconquistando, gradativamente, nossa cidade para a população que está ávida por melhoramentos no seu direito de locomoção, no seu direito de ir e vir em nossas calçadas e vias públicas. Temos que pressionar, exigir nossos direitos de cidadão, fazer valer nossa vontade por uma cidade mais bonita, mais limpa e, principalmente, mais humana. Não podemos e não devemos aceitar a desfaçatez de tecnocratas inexperientes e incompetentes que tentam manipular a opinião pública com promessas que teimam em descumpri-las.
Colunistas
FERNANDO ALBRECHT
A foto do fato
Na reunião do PPS, quarta-feira, aquela na qual Antônio Britto confirmou que será candidato mas adiou o anúncio oficial para os próximos dias, ficou visível que o problema é o tempo disponível no horário eleitoral gratuito. Se não conseguir arrastar o PFL, Britto e sua turma terão apenas 38 magérrimos segundos. Há quem diga que se ficar nisso o ex-governador não entra na parada, embora seja quase certo o conúbio com o PFL, que tem mais de três minutos. Aí já dá para brincar. Enquanto isso, o que sugere a expressão de Britto e do senador José Fogaça? Em boca fechada não entra mosca? Ou estaria Fogaça reprimindo uma risada por alguma piada contada por alguém ao lado?
A questão das carroças...
O programa Porto Alegre em Debate, da TV Câmara (Canal 16 da NET) reprisa hoje às 21h debate entre os vereadores Adeli Sell (PT) e Beto Moesch (PPB) sobre a proteção aos animais. Os dois são autores de um projeto que determina o fim das apresentações de animais em circos, além de abordar também o problema das carroças em Porto Alegre, que além de atrapalharem o trânsito, provocam maus tratos aos animais.
...e a questão do lixo
Há dias, esta página denunciou que os comerciantes, especialmente dos restaurantes e bares, são obrigados a pagar carroceiros para levar o lixo, já que o DMLU só o recolhe três vezes por semana, obrigando estes comerciantes ao pagamento de duas taxas de lixo, a rigor. As carroças existem porque o lixo não é recolhido diariamente, ponto. O que é que os vereadores tem contra o recolhimento diário do lixo?
E por falar em carroças...
Que fim levou o projeto do veículo que foi anunciado como a salvação dos carroceiros, o Baby? Morreu de morte morrida ou matada? Estava claro desde o início que a proposta era inviável. Afinal, mesmo se fabricado em escala, o custo ainda seria proibitivo para os carroceiros, sem falar na complicação adicional que traria ao trânsito. Mas pelo menos alguns exemplares circulam por aí. O pessoal da Vila Pinto que recicla lixo usa um.
Luiz Vitello
Faleceu e foi enterrado ontem no Cemitério João XXIII o jornalista Luiz Rache Vitello, 53 anos, de marcada atuação na imprensa gaúcha e também na assessoria de vários parlamentares. Foi assessor, entre outros políticos, do senador Pedro Simon. A profissão cobrou caro a dedicação de Vitello ao jornalismo e à sua coerência ideológica e profissional.
Os enforcados
Depois de exaustiva pesquisa o escritor e historiador Sérgio da Costa Franco concluiu e está prestes a lançar um opúsculo, a ser editado pelo Instituto Histórico e Geográfico, sobre os enforcados de Porto Alegre. O período da sua pesquisa vai de 1822 a 1857 - a pena de morte foi abolida há 140 anos no Brasil - e relaciona 20 enforcados, a maioria escravos, todos eles negros. Houve uma só pessoa de posses que enfrentou o patíbulo, mas o enforcamento se deu no Rio de Janeiro.
Descentralização
O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea/RS) inaugura hoje às 18h30min um espaço para o funcionamento de entidades de classe registradas no Conselho que não tenham sede própria.
Serão beneficiadas com esta medida a Abemec, AAI, AGP/RS, Agef, Apeq, Igel e Faea. A sede destas entidades ficará na Otávio Rocha, 22/8.
Boa idéia I
A Prefeitura de Gramado planeja comercializar os produtos da colônia de Gramado durante todo o ano, e não apenas restritamente durante o evento Festa da Colônia. A página havia comentado que esta seria uma boa idéia. Para tal, está sendo montada a casa do colono, na Praça das Comunicações e em breve será organizado o programa de rotatividade entre as famílias de colonos que ocuparão o local.
Boa idéia II
E aqui vai mais uma sugestão: por que as prefeituras do Interior não promovem, cada uma, a sua Casa do Colono, uma feira permanente da culinária & bebidas e comidas típicas de cada região? Se isto fosse devidamente canalizado, os moradores destes municípios teriam não só um aumento de receita como ele seria permanente. É a tal história, seria bom para todo mundo e não só quando das festas típicas anuais.
Problemas da cidade
Moradores das imediações do Hospital São Pedro estranham o corte de várias árvores de bom tamanho na área. É um mistério quem foi o autor ou autores da derrubada, e se eles foram ou serão punidos por quem de direito.
Conselho Regional de Contabilidade promove dia 8 o Ciclo de Debates de Contabilidade Pública.
Cirurgião-plástico Jorge Fonseca Ely será homenageado na 37ª Noite dos Destaques, promoção Saul Júnior.
Grupo Medabil lança dia 7 o Sistema Construtivo Casaforte, aprovado e com financiamento pela CEF.
IAB promove hoje às 8h30min oficinas para discutir o patrimônio histórico e revitalização do Centro.
A Credeal, de Serafina Corrêa, vai triplicar sua unidade em Astorga, no Paraná.
Dia 7 o Bagutta vai abrir excepcionalmente para o almoço com renda para o Lar da Criança Anne Frank.
A CGK (soluções para informática) completa amanhã 15 anos de atuação.
A TAP de Fernando Pinto e Luiz Gama Mór atingiu lucro operacional de US$ 18 milhões.
Campanha Nacional Permanente Contra a Tortura será lançada dia 7 na Assembléia.
ADÃO OLIVEIRA
O blindado
O PMDB se debateu com algumas dificuldades para enfrentar as próximas eleições estaduais. O seu primeiro candidato, Antônio Britto, deixou o partido depois de criticar severamente a cúpula nacional. Pedro Simon, o maior nome do PMDB no Estado, poderia ter sido o candidato salvação. Mas, não foi. A salvação será Germano Rigotto. Pedro Simon está entediado com as coisas da política riograndense. Ele nem pensa em voltar a palmilhar o Rio Grande nas noites frias de nosso inverno. Simon "adotou" Brasília e é aqui que ele quer criar o seu filho Pedrinho. Simon queria ser o candidato do PMDB à presidência da República. Alijado pela cúpula, tenta agora, ser o vice na chapa encabeçada por José Serra. Missão quase impossível.
Bem, mas eu estava falando no nome do PMDB para concorrer à sucessão de Olívio Dutra. Brito saiu do partido, Simon não quer, restou Rigotto. O PMDB pode, com Rigotto, "transformar esse limão numa limonada". Germano Rigotto, 52 anos, é um obstinado e não pensa em outra coisa, depois que foi o escolhido para ser o pré-candidato do PMDB, senão vencer a eleição. E tem todas as condições para isso.
O deputado caxiense é um trabalhador ensandecido. Dorme, no máximo seis horas por noite. Atleta, faz musculação numa academia, aqui em Brasília. Vaidoso, veste ternos bem cortados, está sempre perfumado e penteado. Sua agenda é repleta de compromissos que ele cumpre com agilidade. Depois de um dia intenso de atividade, Rigotto aparece para as pessoas como quem tivesse, naquele momento, saído do banho. Isso lhe garante um certo charme junto às mulheres. Além do mais é um candidato "blindado". Podem dar tiro pra todo o lado que não o atingem. Ele é um homem digno, um político honesto, confiável. Até os adversários o admiram. Britto não se cansa de elogiá-lo. Parece até que vai votar nele.
Com uma mobilidade incrível, Rigotto vai dar "um calor" nos outros candidatos ao governo do Estado. Em 1999, quando, na defesa da Reforma Tributária, atravessou o Brasil de ponta a ponta. Ele esteve em todos os estados brasileiros totalizando 89 viagens e participando de 150 reuniões com diferentes segmentos da sociedade.
Não aprovou a Reforma Tributária, mas é conhecido em todo o Brasil como o deputado que mais trabalhou para isso. O governo que, visivelmente, não queria a Reforma, encontrou pela frente um osso duro de roer.
Rigotto, com o seu trabalho, provou aos brasileiros que, se houvesse decisão política, a Reforma Tributária teria sido aprovada.
Rigotto é um crítico mordaz do governo Olívio Dutra "que tanto fala em inclusão social, mas não faz nada para diminuir as desigualdades regionais". Eleito, buscará investimentos para acabar com as diferenças regionais. A Fundação Ulisses Guimarães já está trabalhando para elaborar o programa de governo que vai priorizar a saúde, a educação, a segurança pública e a habitação: "Já comecei a discutir com técnicos o que foi feito neste governo, o que fizemos quando fomos governo e as promessas não cumpridas pelo PT", explica.
Germano Rigotto acredita na força das 136 prefeituras e centenas de vereadores: "vou alavancar a minha candidatura para chegar ao segundo turno e ganhar as eleições. Meu nome vai começar a aparecer nas pesquisas nos próximos trinta dias", assegura otimista.
CARLOS BASTOS
PTB gaúcho examina hoje sua situação
O PTB gaúcho liderado por Sérgio Zambiasi realiza hoje uma reunião de seu diretório regional, com a participação de prefeitos, vereadores, e lideranças partidárias, para exame da difícil situação em que se encontra o partido, como consequência do acordo homologado nacionalmente com o PDT. Pela decisão do diretório nacional, os petebistas gaúchos devem apoiar a candidatura do pedetista José Fortunati. O quadro já está delineado, no entanto, e o partido do Rio Grande do Sul não vai se opor à decisão nacional, mas isto no aspecto formal. Poderá mais adiante aprovar em convenção a candidatura Fortunati e formar chapa comum com os pedetistas para a Câmara Federal e Assembléia. Mas só pró-forma. De fato, os petebistas gaúchos estão vinculados à candidatura do ex-governador Antônio Britto, do PPS.
Diversas
A reunião do diretório petebista de hoje será realizada à tarde no auditório Dante Barone, na Assembléia, e promete contar com debates acalorados. Os dirigentes, contudo, já concluiram que não há como resistir ao acordo firmado com o PDT no âmbito nacional.
A partir desta reunião começa a ser alinhava a nominata de candidatos a deputado federal e estadual, com a preocupação principal de escolher nomes que tenham potencial eleitoral para se eleger.
Outra deliberação que deve ser tomada na reunião desta tarde é de que o partido vai apresentar apenas um candidato na chapa majoritária, ou seja, o nome de Sérgio Zambiasi para uma das vagas ao Senado Federal.
Caetano Brum foi o único membro do diretório regional do PPS que votou contra o adiamento do lançamento da candidatura de Antônio Britto ao governo, pois era a condição imposta pelo ultimato dado pelo partido aos aliados da Frente Trabalhista.
Surge um movimento no PPS para que no caso de não se concretizar a aliança com o PFL, que indicaria o candidato a vice, a ex-deputada Hilda Souza, esposa do deputado Bernardo de Souza, concorra para vice-governadora.
O Instituto de Estudos Empresariais promove segunda-feira à noite, no Ritter hotel um jantar-debate sobre o tema "segurança pública: uma questão social?", tendo como palestrante o ex-secretário de Justiça e Segurança no governo Britto, José Fernando Eichemberg.
Estiveram reunidos ontem as direções estaduais do PT e do PC do B, quando ficou acertado que os comunistas indicarão os dois candidatos a primeiro suplente de Paulo Paim e Emília Fernandes. Adalberto Frasson, presidente estadual do PC do B, informa que o partido indica os nomes do professor Roberto Macagnan, da Unijuí, e da vereadora Dina Machado, de Cachoeira do Sul.
Última
O deputado Germano Rigotto defende para seu partido, o PMDB, a condição de se tornar uma via alternativa para o governo do Estado. Sustenta que os peemedebistas tem estrutura partidária em quase todos os municípios gaúchos, ao contrário de outros candidatos, e tem mais de 150 prefeitos e 140 vice-prefeitos, além de 1.300 vereadores.
Editorial
CÚPULA UE/MERCOSUL ESBARRA NO PROTECIONISMO
Dias 17 e 18 de maio realizar-se-á, em Madri, nova cúpula entre a União Européia e o Mercosul. Os europeus colocaram sua principal reivindicação, a abertura dos mercados de serviços, passando pelos correios, TV digital, banda C da telefonia celular e chegando ao sistema bancário, como a principal reivindicação. O Brasil, objetivo em qualquer acordo que os Estados Unidos ou a UE queiram negociar abaixo do México, esgrima com o fim das barreiras tarifárias e não-tarifárias aos produtos agrícolas. O agora derrotado Lionel Jospin, em visita ao nosso País, declarou, alto e bom som, que os subsídios aos agricultores franceses continuariam e ponto final. Certamente de olho nos votos das eleições que, como se sabe, lhe foram madrastas, em favor de Jean-Marie Le Pen. Ora, o segundo turno na França será neste domingo e deve confirmar Jacques Chirac em outro mandato. Acredita-se que ele será mais sensível às reivindicações brasileiras. Mas, os europeus seguiram os norte-americanos e impuseram cotas e taxas nas importações de aço, atingindo o Brasil. Em Washington, o Capitólio aprovou ontem o "Farm Bill", projeto que amplia, em valores e no tempo, bilhões de dólares nos subsídios aos preços mínimos para os agricultores ianques, empecilho à Alca. Além disso, a crise na Argentina se arrasta e agrava, prejudicando as exportações brasileiras. O FMI, monitorado por Washington, e Buenos Aires não se entendem, os US$ 9 bilhões que os portenhos precisam não virão tão cedo, é a aplicação do "moral hazard", o risco moral que a banca internacional e os argentinos devem sofrer, depois de 19 acordos não cumpridos com o FMI. Um detalhe burocrático também prejudica a desenvoltura do Itamaraty, paralelamente à cúpula de Madri, metade da equipe estará no Canadá, tratando da Área de Livre Comércio das Américas, Alca. Na Alca, os norte-americanos, segundo trabalho da Receita Federal, ao lado dos mexicanos e dos canadenses, sairão ganhando. Os EUA adotam a política de liberar o comércio onde são competitivos e proteger os setores ineficientes, prejudicando o Brasil. Ora, o tema agricultura é crucial ao Mercosul, abrir todos os serviços sem contrapartida é um perigo e pode nos custar caro, como ao tempo de Fernando Collor. Com a Política Agrícola Comum, os países da União Européia subsidiam seus agricultores e isso não vai parar tão cedo, pois os governantes dizem que o assunto deve ser tratado no âmbito da Organização Mundial do C omércio, OMC. O importante é que o governo fique atento, no Itamaraty e com o respaldo da Câmara e do Senado, que devem acompanhar as tratativas, para que não se troque mercados primários, no caso os deles, por um ótimo mercado para produtos de valor agregado, que seria o nosso.
Rubens Ricupero lembrou que para cada microcomputador portátil que o Brasil compra no exterior tem de vender 600 sacas de soja, duas realidades. Negociar, permutar, fazer parcerias e barganhar muito, sem fechar portas nem bancar adolescente mimado, esta deve ser a postura. Os candidatos a presidente da República que sejam muito claros, dizendo das aspirações nacionais, não permitindo que voltemos à estaca zero. Os norte-americanos são pragmáticos, os europeus também, nós devemos coordenar os empresários e sindicalistas esclarecidos, para que estes abasteçam o governo e os nossos representantes com argumentos, dados, fatos, a fim de que um bom acordo seja feito. Esperar por um excelente negócio é muito difícil, ainda mais quando se faz tantas negociações juntas, inclusive na indústria, onde a Embraer disputa, contra o governo canadense, o fornecimento de aviões, enquanto Ottawa dá empréstimos de bilhões de dólares. Como se sabe, entre países não há amizades, apenas interesses.
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05/03/2002
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