Simon condena agressão a Serra e alerta para o risco de 'pessoas com parafusos soltos' nas campanhas
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) lamentou, em discurso nesta quinta-feira (20), a agressão sofrida pelo candidato José Serra ao andar por ruas da Zona Oeste do Rio de Janeiro, na quarta-feira. Ele alertou para o risco de "pessoas que têm parafusos soltos ou se deixam inflamar" durante manifestações eleitorais e aplaudiu tanto a direção do PSDB quanto a do PT pela condenação do ato.
- Esses assuntos - eu sei, eu entendo -, ou tu acabas logo, ou vem um atrás do outro - advertiu.
Para Simon, "não tem lógica" uma pessoa "atirar um objeto na cabeça de um candidato". Ele disse que José Serra agiu corretamente ao interromper a caminhada pelas ruas de Campo Grande.
Pedro Simon voltou a lamentar que o assunto religião tenha entrado na campanha presidencial deste ano.
- Nessa campanha, eu me magoei até com a minha Igreja Católica - disse, e criticou José Serra por ter mandado imprimir um "santinho" com a pressão "Viva Jesus Cristo!".
Mais uma vez, o senador criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estaria agindo, em sua opinião, "com soberba" - ele repetiu a palavra cinco vezes ao longo do discurso.
- O Lula tem que se cuidar com a questão da soberba.Na medida em que está crescendo e o seu prestígio está aumentando, cada vez mais está ficando dono da verdade - disse.
Simon lamentou ainda que o Supremo Tribunal Federal não tenha resolvido, antes do segundo turno das eleições, o problema dos políticos fichas-sujas. Sustentou que a campanha eleitoral "vai muito bem" e disse que foi "importante que a eleição presidencial tenha ido para o segundo turno", o que tem permitido mais debates. Repetiu que "quem sai mal nessa eleição é o Supremo Tribunal Federal", por causa da indecisão sobre a aplicação da Lei da Ficha Limpa.
Em aparte, o senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) disse que José Serra havia "encenado" durante o tumulto no Rio de Janeiro, observando que o candidato ficou passando a mão da cabeça "como que à procura de sangue, que não houve". Disse ainda que o candidato "simulou abandonar a campanha", sendo "resgatado de helicóptero como se tivesse sofrido um atentado à bala".
Simon contestou, ponderando que Serra apenas suspendera sua caminhada em Campo Grande. Disse ainda que qualquer pessoa atingida na cabeça leva imediatamente a mão ao local e, por isso, não viu nenhuma encenação no episódio.
21/10/2010
Agência Senado
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