Simon diz esperar que propostas da Campanha da Fraternidade se tornem realidade
O senador Pedro Simon (PMDB-RS), em discurso no Plenário nesta sexta-feira (26), destacou a importância da Campanha da Fraternidade, promovida há 46 anos pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e disse esperar que as mudanças propostas possam realmente se tornar realidade.
- As Campanhas da Fraternidade não podem continuar sendo, tão somente, pela fraternidade. O povo brasileiro é, por formação, fraterno. Há que se ter, de fato, as mudanças propostas ao longo de quase meio século, para que elas sejam, realmente, da fraternidade - argumentou ele.
Simon também reiterou considerar que a reunião de todas as propostas das Campanhas da Fraternidade resultaria no melhor de todos os programas de governo. Segundo o senador, pode até haver coincidência entre esses mesmos documentos e os discursos de campanha, mas observa-se, contudo, em seu entendimento, uma distância enorme com a prática dos eleitos.
- Acho que, nunca como agora, a economia e a política andaram tanto de mãos dadas. Diria que, elas sim, são "fraternas". Parece que tudo, hoje, obedece a uma única constituição, internacional, que o mercado chama de globalização - criticou ele.
Consumismo
Para Simon, a Campanha da Fraternidade deste ano retrata a percepção do surgimento de uma "nova religião" - o consumismo - em que "os excluídos são hereges por não rezarem na bíblia da globalização e não pagarem o dízimo do consumo".
O senador lembra que o objetivo da Campanha - cujo lema é, ecoando os evangelhos, "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro" -não é revogar as leis de mercado, mas mostrar que o dinheiro e o consumo não podem ser os comandantes supremos das decisões dos indivíduos e governos.
A Campanha da Fraternidade deste ano tem também, na avaliação do senador, um aspecto essencial, que é o de ser promovida por um conjunto de igrejas que fazem parte do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs no Brasil, a exemplo do que ocorreu em 2000 e 2005. Além da própria Igreja Católica, a ação é promovida pela Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Presbiteriana Unida do Brasil e Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia.
Reforma Política
Por entender que mudanças na economia só surgirão a partir de uma ampla discussão provocada pelo meio político não atualmente institucionalizado, é que Simon voltou a defender a instalação de uma assembleia nacional constituinte exclusiva para promover a reforma política.
Enquanto isso não se concretiza, Simon alertou para a necessidade de implantação urgente do financiamento público de campanha como forma de tornar verdadeiramente legítima a representação política. A necessidade de que os representantes tenham necessariamente "ficha limpa" é outra medida complementar na opinião do senador.
Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) elogiou o tema da Campanha deste ano pela crítica ao sistema econômico e manifestou apoio à ideia de Simon de instalação de uma assembleia constituinte exclusiva para a reforma política.
26/02/2010
Agência Senado
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