Simon diz que FHC elegeu e destruiu Jader





Simon diz que FHC elegeu e destruiu Jader
O Senador rebateu a acusação do Ciro Gomes, garantindo que Jader não serviu ao PMDB: ele foi usado pelo PSDB

De acordo com o senador gaúcho, "Fernando Henrique também trabalhou para a renúncia do ACM e conseguiu que o próprio partido dele, o PFL, votasse contra".

O senador Pedro Simon (PMDB/RS) acusou ontem o presidente Fernando Henrique Cardoso de mentor de toda articulação que elegeu o ex-senador Jader Barbalho (PMDB/PA) presidente do Senado Federal e que o perseguiu logo a seguir.

A denúncia surgiu depois que o pré-candidato à Presidência da República pelo PPS, Ciro Gomes, apontou Simon como um dos responsáveis pela eleição de Jader.
Simon disse que o apoio dado a Jader pelo PMDB foi uma manobra do partido que não acreditava que o PSDB aceitasse essa indicação. Assim, o PMDB poderia lançar, em segundo lugar, o nome que realmente desejaria na Presidência do Congresso.

Entretanto, conta o senador, a situação mudou com a intervenção direta do presidente FHC, que teria exigido do PSDB apoio à candidatura de Jader para contrapor-se ao crescimento político do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL/BA).

Pedro Simon relata que FHC não agüentava mais o poder de ACM e articulou a vitória do seu arquiinimigo como forma de tirá-lo do caminho. "O Fernando Henrique também trabalhou para a renúncia do Antônio Carlos e conseguiu que o próprio partido dele, o PFL, votasse contra o ACM”, acusou.


Itamar acelera sua candidatura.
O governador de Minas Gerais, Itamar Franco, está acelerando seus movimentos na corrida à sucessão presidencial na tentativa de romper as resistências a seu nome e viabilizar sua escolha como candidato do PMDB às eleições presidenciais em 2002.

Depois de selar um acordo em Belo Horizonte com o senador Pedro Simon, que também disputará as prévias do partido em janeiro, Itamar chega hoje em Brasília. Além de se inscrever para as prévias, marcadas para 20 de janeiro, Itamar vai se encontrar com o presidente do PMDB Michel Temer.

O governador Itamar Franco pretende conversar com o presidente da Câmara, Aécio Neves, o presidente do Senado, Ramez Tebet , com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros.


Ciro: o PMDB foi conivente.
O pré-candidato à Presidência da República pelo PPS, Ciro Gomes, voltou a dizer ontem que o senador Pedro Simon (PMDB/RS) fez campanha e votou para a eleição do ex-senador Jader Barbalho (PMDB/PA) como presidente do Senado.

Ciro Gomes disse que, na última sexta-feira, participou de um debate em Fortaleza, onde Simon o antecedeu falando sobre ética na política e perguntava à platéia: "Não sei como Jader Barbalho pôde acabar sendo eleito presidente do Senado".

O ex-senador Jader Barbalho foi obrigado a renunciar no dia 5, para não ser cassado por corrupção e desvios de verbas públicas.

O vice-presidente do PPS afirmou que gostaria de ter respondido pessoalmente ao senador gaúcho que "todo o PMDB e o PSDB foram os responsáveis, junto com ele, pela eleição de Jader", mas Simon saiu logo em seguida e não foi possível. "Tenho horror à ética do fala-fala.

Tem que ter ética engajada, não ética de goela", disse Ciro.
Ele reclamou que continuam a distorcer suas palavras, citando seu pronunciamento no debate de Fortaleza, onde falou que "para uma parte da elite brasileira, político e titica de galinha é tudo a mesma coisa", não colocando a continuação de seu pronunciamento onde retificava: "Quero dizer que não é. Porque as pessoas boas devem entrar na política para mudá-la. "


Maluf indiciado por crime eleitoral na PF
Ex-prefeito estava depondo no Ministério Público quando foi escoltado para a Polícia Federal através de mandato

O ex-prefeito Paulo Maluf O (PPB) foi indiciado na Delegacia de Ordem Política e Social, da Polícia Federal, em inquérito que apura irregularidades na prestação de contas das campanhas eleitorais de 1998 e 2000.

Segundo o delegado Gilberto Tadeu Vieira Cézar, Paulo Maluf teria omitido dados a respeito de dinheiro e bens, como carros, obtidos nas campanhas eleitorais.

Ele não quis citar nomes de pessoas físicas ou jurídicas que teriam doado recursos à campanha malufista. O delegado informou que Maluf está sendo indiciado com base nos artigos 350, 377 e 346 do Código Eleitoral. Vieira afirmou que a investigação foi pedida pela Procuradoria Eleitoral.

ESCOLTA - O ex-prefeito só prestou depoimento porque recebeu mandado coercitivo pedido pela Polícia Federal no meio do seu depoimento no Ministério Público, ontem, à tarde.

O delegado federal Almir Otero, que determinou a condução coercitiva, justificou a decisão dizendo que Maluf não havia comparecido a depoimentos agendados anteriormente, apesar dos pedidos da PF.


Benedita não perdoa e processa Garotinho.
A vice-governadora Benedita da Silva (PT) entrou ontem, na justiça com uma ação contra o governador Anthony Garotinho (PSB), que na semana passada a acusou de ter participado de uma operação de desvio de R$ 500 mil de um projeto social.

Benedita quer ser indenizada por danos morais. Ela argumenta que as denúncias atingiram sua imagem e que não foi suficiente o fato de as acusações terem sido retiradas em uma entrevista do secretário-executivo de Governo, Luiz Rogério Magalhães.

Garotinho, ao saber da ação reagiu dizendo considerar o
caso superado. O clima beligerante entre petistas e o governador tende a piorar, pois Benedita já anunciou que quer disputar a sucessão de Garotinho e que vai assumir o governo, em abril, quando ele promete deixar o cargo para concorrer à Presidência da República.


FHC oficializa indicações.
O porta-voz da Presidência da República, Georges Lamazière, informou que hoje o presidente Fernando Henrique Cardoso convida oficialmente o ministro chefe da Secretária-Geral da Presidência, Aloysio Nunes Ferreira, para ocupar o cargo de ministro da justiça no lugar de José Gregori.

Aloysio já teria, inclusive, conversado com Gregori sobre o assunto. A orientação do presidente para não haver precipitação é que Aloysio se mantenha na Secretaria até que o nome do José Gregori seja aprovado no Senado para ser o embaixador em Portugal, o que só ocorrerá na segunda quinzena de novembro. O substituto de Aloysio deverá ser o deputado amazonense Arthur Virgílio (PSDB), líder do governo no Congresso.

Larnazière disse ainda que deve ser decidido hoje, tanto o substituto de Aloysio, como o nome do ministro da Integração Nacional. O PMDB apontou o senador Ney Suassuna, para o ministério, mas ele encontra forte resistência da bancada do PSDB da Paraíba.


Bornhausen recomenda que PFL faça alianças.
Mesmo com o bom desempenho de Roseana Sarney nas pesquisas.

A busca de alianças e a candidatura da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, à Presidência da República foram os assuntos da reunião do PFL, ontem, no plenarinho da Câmara Municipal de Porto Alegre.

O senador Jorge Bornhausen recomendou que o PFL estadual se alie a partidos que estejam ligados ao governo federal, porque, mesmo com a boa receptividade que a governadora do Maranhão está tendo nas pesquisas, o partido ainda discute critérios para escolha de nomes para disputar o cargo máximo do país.

"Quanto mais forte a atuação da governadora, melhor será a nossa posição por uma candidatura própria", disse o senador. Destacou que o crescimento da candidatura de Roseana nas pesquisas é resultado dos programas eleitorais do partido, "que refletem o aumento da contabilidade e da credibilidade que o país tem mais nas mulheres do que nos homens". O senador afirmou que, "no Maranhão, 80% da populaçã o aprova o seu segundo mandato como governadora".


Editorial

A reforma que não houve

Há poucos dias, em entrevista à Globonews, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse que um de seus erros foi não ter se empenhado mais pela aprovação da reforma tributária. Os deputados que fizeram parte da Comissão Especial de Reforma Tributária da Câmara dos Deputados têm uma outra visão do assunto. Para eles, FHC não apenas não se empenhou como até sabotou a tramitação da proposta.

A história foi contada pelo jornalista Ribamar Oliveira, na edição de ontem do jornal Valor. Em novembro de 1999, a Comissão Especial aprovou, por 31 votos a 1, a proposta do deputado Mussa Demes (PFL-PI), relator da reforma, que ia contra a orientação e as pressões do Palácio do Planalto. 'Até hoje ela não entrou em votação no plenário da Câmara porque o governo não permite.

Para os deputados da Comissão, a questão é saber porque o presidente desistiu da reforma que ele mesmo desencadeou em agosto de 1995, quando enviou ao Congresso uma proposta de emenda constitucional com essa finalidade", diz Ribamar.

Foi o próprio governo que criou a expectativa de que era necessário realizar uma reforma no sistema tributário brasileiro, considerado caótico. As razões iam desde a simplificação do sistema, com a redução do número de tributos, até a correção de distorções, como a incidência em cascata das contribuições.

Mas os parlamentares ficaram profundamente decepcionados com a proposta encaminhada ao Congresso, em 1995. Ela mantinha a estrutura tributária existente e mexia apenas no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e no Imposto sobre Produto Industrializado (IPI).

No final de 97, quando a proposta estava pronta para ser votada, o Ministério da Fazenda propôs uma nova reforma tributária, "mais ampla", que só chegou ao Parlamento em novembro de 98. Ela previa a simplificação da tributação do consumo, a eliminação da guerra fiscal e a desoneração da produção, mediante a eliminação da incidência em cascata dos tributos. justamente este último ponto teve a oposição do Governo.

O jornalista conclui porque até hoje a proposta não entrou em votação: "Desde 1995 o governo caminha na contramão da reforma tributária. Criou tributos com incidência em cascata e aumentou as alíquotas dos já existentes, que não são partilháveis com estados e municípios. O resultado foi um aumento significativo da participação da União no bolo tributário.

Em 1995, a carga tributária total do País estava um pouco acima de 29% do Produto Interno Bruto (PIB). No ano passado, ela superou 33% do PIB. Esse aumento foi quase todo para os cofres da União. Talvez aí esteja a explicação para o desinteresse do presidente pela reforma".


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10/23/2001


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