Simon diz que governo FHC foi negligente com a segurança



O governo federal agiu com negligência em relação à segurança pública. A opinião foi manifestada nesta quinta-feira (14) pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), em entrevista à Rádio Senado durante a qual fez uma breve análise dos sete anos do atual governo. Enquanto os criminosos se organizaram cada vez mais e adquiriram novas armas, afirmou, o poder público tornou-se cada vez mais fraco, com as polícias civis e militares sem condições de enfrentar os bandidos. "O plano do governo federal para o combate à violência jamais saiu do papel", lamentou o senador.

Na avaliação de Simon, o governo federal não fez absolutamente nada para fazer frente ao crescimento dos índices de violência no país, deixando a responsabilidade de cuidar desse problema para os estados e municípios. Com a omissão do governo federal, as quadrilhas encontraram terreno fértil para agir mais intensamente, assinalou.

Diante de episódios mais marcantes que vêm ocorrendo, como o assassinato do prefeito de Santo André (SP), o governo federal voltou a fazer um discurso pelo combate à violência, mas já reduziu em 27% as verbas destinadas à segurança para este ano, acrescentou o senador.

Simon apontou como maior equívoco do presidente Fernando Henrique Cardoso o de ter abraçado a tese da globalização, achando que o neo-liberalismo traria solução para todos os graves problemas do país.

- Não trouxe. E hoje até o secretário do Tesouro norte-americano reconhece que os juros cobrados no Brasil são drásticos para o país - comentou.

Simon diz ainda que as privatizações foram feitas pelo atual governo sem nenhum critério, trazendo graves prejuízos ao país. Uma das raras conquistas do atual governo - diz o senador - acabou sendo mesmo a estabilidade econômica, reduzindo uma inflação de um patamar de 80% ao mês, para outro de apenas um dígito.

Pedro Simon disse ainda achar que o governo não terá nenhum problema no Congresso para aprovar a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

- O governo sempre conseguiu aprovar no Congresso Nacional tudo o que lhe interessava, como foi o caso da reeleição. Não será diferente agora - explicou Simon, mesmo em se tratando de uma contribuição criada para vigorar por apenas dois anos, ainda no governo de Itamar Franco. Para o senador, o governo prefere renovar a CPMF a promover uma reforma tributária profunda, ampla, que instale a justiça fiscal no país.



14/02/2002

Agência Senado


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