Simon diz que os senadores não têm direito de faltar na votação do salário mínimo



"Cada senador pode votar a favor, contra, se abster ou o que bem entender - pois o voto é livre -, mas tem que estar presente", afirmou o senador Pedro Simon (PMDB-RS) ao comentar notícias de que a líder do PT no Senado, senadora Ideli Salvati (SC), teria revelado que a estratégia do governo para aprovar a medida provisória que eleva o salário mínimo para R$ 260 é incentivar a ausência de parlamentares que não votariam a favor da matéria.

Na avaliação do senador pelo Rio Grande do Sul é um erro do governo alardear, inclusive citando nomes, que senadores não estarão presentes na hora da votação da medida provisória do salário mínimo. Ele comparou que as últimas votações ocorridas no Congresso têm sido acompanhadas por uma série de insinuações que demonstram que o governo Luiz Inácio Lula da Silva está intervindo no Parlamento de uma maneira semelhante à do governo Fernando Henrique Cardoso.

- Espero que na votação do salário mínimo cada senador tenha condições de sustentar a sua palavra e que possa voltar para casa de cabeça erguida. Talvez uma derrota aqui seja melhor para o presidente Lula do que uma vitória obtida da mesma maneira da que foi conquistada na Câmara - afirmou Simon.

Mesmo considerando que poderia haver um certo exagero, Simon concordou com as críticas feitas pelo senador José Agripino (PRL-RN) de que Lula não deveria ter determinado a compra de um avião de luxo, de motocicletas da marca Harley-Davidson e modernos capacetes com preços unitários de quase R$ 12 mil. O senador gaúcho registrou que mesmo Fernando Henrique Cardoso, que era considerado vaidoso, não teve coragem de comprar um novo avião presidencial.

Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PT-DF) comentou que, como parlamentar petista, teria como obrigação tentar defender o partido das afirmações feitas por Simon. Mas ao invés disso ele prometeu levar aos militantes do PT cópia do pronunciamento de Simon.

- Não existe melhor aliado do que o aliado crítico, o que demonstra lealdade através da crítica. Vou levar o teor desse discurso para provocar dentro do PT um debate, até para analisarmos em que estaríamos equivocados. Precisamos fazer um acerto de contas com o nosso discurso do passado e descobrir qual a herança que queremos deixar para o Brasil - disse Cristovam.



14/06/2004

Agência Senado


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