SIMON DIZ QUE "QUADRO DAS OPOSIÇÕES ESTÁ MUITO FEIO"



Ao analisar hoje (dia 30), em plenário, a situação das oposições com vistas às eleições de 1998, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) considerou que "o quadro está muito feio", particularmente devido a notícia de que Lula busca um entendimento com o ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia. Para o senador, tal aproximação não se dá após comprovação de que "Quércia é um homem honesto" e, desse modo, estariam errados todos os seus críticos, aí incluídos o PT e o próprio senador, entre outros.

Por outro lado, Simon destacou que o PT tem se comportado com vaidade e falta de grandeza. O PT "andava de mãos dadas com Ciro Gomes" em reuniões internacionais de partidos de esquerda, afirmou, e, quando o ex-governador do Ceará "teve a coragem de abandonar o PSDB pelo PPS" e lançar sua candidatura à presidência da República, "de repente ele não vale nada para o PT". O PT também estaria vetando o nome de Itamar Franco, admitindo apenas o do senador Roberto Requião (PMDB-PR).

Simon também salientou o esforço de Leonel Brizola no sentido de encontrar uma solução para as oposições, lançando a candidatura Lula e oferecendo-se como vice. O líder do PDT não teria obtido nenhuma resposta petista, segundo o senador.

Esse quadro, na opinião de Simon, é muito diferente do que deu a vitória às oposições a Carlos Menem na Argentina, unidas em grande entendimento numa disputa que envolveu duas candidaturas femininas, demonstração do inegável avanço da participação das mulheres na política argentina.

Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou que Quércia, como presidente do PMDB paulista, foi convidado pelo presidente regional do PT para integrar manifestação contra o desemprego. Conforme disse, Lula admitiu dialogar com o PMDB, mencionando que haveria aproximação com este partido caso Requião fosse o indicado para concorrer às eleições presidenciais.

A senadora Emília Fernandes (PDT-RS), por sua vez, assegurou que se não houver uma ampla composição entre as esquerdas, isso não se deverá nem ao PDT nem a Brizola, que já deram todos os sinais de que buscam a união. Ela concordou com Simon sobre a importância da participação feminina na política argentina, avaliação que obteve também a concordância do senador Lúdio Coelho (PSDB-MS).



30/10/1997

Agência Senado


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