Simon: é preciso melhorar, para sempre, a imagem do Congresso



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) elogiou, nesta sexta-feira (dia 3), a iniciativa do presidente da Câmara, deputado Aécio Neves, de colocar na pauta de votação daquela Casa o chamado "pacote ético". Simon defendeu a aprovação de projeto de sua autoria que garante prioridade à apreciação judicial dos crimes contra a administração pública, que tramita no Senado, e disse que o Legislativo não pode perder a oportunidade de aprovar outras propostas importantes, como a que limita a imunidade parlamentar e a que prevê o fim do sigilo bancário para agentes públicos.

- Nunca houve um momento tão propício para votarmos essas matérias, pois a sociedade está a nos cobrar por mais ética na política e precisamos mudar e melhorar, para sempre, a imagem do Congresso - disse.

Simon acrescentou que o projeto que limita a imunidade parlamentar às opiniões e votos proferidos por deputados e senadores, suprimindo-a no caso de crimes comuns, é uma iniciativa mais do que correta. Segundo ele, os parlamentares não podem mais usar seu mandato como escudo para se proteger de punições a irregularidades e crimes que pratiquem.

- Não podemos mais matar, roubar ou fazer o que quisermos, e o Congresso, como de hábito, não dá autorização para sermos processados pela Justiça. Isso tem que terminar - salientou.

No tocante ao fim do sigilo bancário para os agentes públicos - proposto por ele em projeto já aprovado pelo Senado e que aguarda votação na Câmara -, Simon observou que quando um senador, deputado ou prefeito é eleito, ou quando um ministro é nomeado, deve ter sua vida financeira aberta, pois passará a manipular recursos públicos.

- Ele tem que ser correto, agir com transparência. Se queremos a ética e a moral, temos de começar por cima - ensinou.

O senador pelo Rio Grande do Sul pediu ainda a apreciação, pela Câmara, antes de outubro próximo, das novas regras para as próximas eleições. Simon quer que as campanhas eleitorais sejam financiadas com recursos públicos e que os programas de televisão sejam feitos somente ao vivo.

- É nas campanhas políticas que se inicia todo o processo de corrupção - avaliou. Em aparte, a senadora Marina Silva (PT-AC) destacou que o "pacote ético" a ser votado na Câmara não é uma iniciativa espontânea do Congresso, mas sim fruto da pressão da sociedade e dos meios de comunicação pela ética na política. Já o senador Amir Lando (PMDB-RO) concordou com o entendimento de Simon de que é na campanha eleitoral que se inicia a corrupção, citando o que ocorreu no governo do ex-presidente Fernando Collor.

03/08/2001

Agência Senado


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