Para Simon, BC sempre chega atrasado



Na reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Banestado desta quinta-feira (3), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) criticou a atuação da área de fiscalização do Banco Central (BC) por sempre -chegar atrasada- na apuração de escândalos financeiros. Para o senador, o BC é uma instituição difícil de ser compreendida.

Simon lembrou da ex-diretora de Fiscalização do Banco Central, Tereza Grossi, que, apesar de ter seu indiciamento por formação de quadrilha sugerida pela CPI dos Bancos, pela sua participação no caso de venda de dólares para os bancos Marka e FonteCindam, em janeiro de 1999, acabou tendo seu nome aprovado para dirigir aquela área do BC, apesar de estar sendo processada pelo Judiciário.

- Aquela diretora ainda vai para a cadeia. Aquele foi um dos momentos mais tristes que já vivi no Senado - lamentou Simon.

O atual diretor de Fiscalização do BC, Paulo Sérgio Cavalheiro, esclareceu que, desde o caso do Banco Nacional, que apresentava balanços fictícios e acabou em estado de insolvência, o setor realizou uma forte -autocrítica- e passou por uma séria reformulação.

Simon também considerou condenável que decisões antes tomadas por um grande colegiado, como o Conselho Monetário Nacional (CMN) do passado, hoje estão sob a responsabilidade de um pequeno grupo, formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do Banco Central, que acaba se tornando -uma caixa-preta-. Ele defendeu que o CMN volte a ter uma composição ampliada, com a participação de mais ministros, como ocorria na época em que o senador foi ministro da Agricultura e integrava o conselho. Se assim fosse, Simon acredita que instrumentos como a Circular nº 2.677, que o então presidente do BC, Gustavo Franco, -baixou por conta própria-, talvez não fosse aprovado por um colegiado.

O senador pediu apoio ao BC e demais órgãos do governo, como a Receita Federal e a Procuradoria Geral da República, para que a CPI possa chegar ao cerne da questão sobre a evasão de divisas por meio de contas CC-5. Ele lembrou ainda do depoimento do procurador da República, Celso Antônio Três, que, em Cascavel, iniciou a investigação sobre evasão de divisas há mais de cinco anos.

Para Simon, já naquela época deveria ter sido feita uma CPI. Ele lamentou que não tenha sido dado qualquer andamento às investigações promovidas por Celso Três, que foram encaminhadas à Procuradoria Geral da República e à presidência do Banco Central.



03/07/2003

Agência Senado


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