Simon: “Eu criei Britto e acabei traído por ele”



Simon: “Eu criei Britto e acabei traído por ele”. Senador disse que o ex-governador sai do PMDB para apoiar outro na hora em que ele se lança candidato à Presidência. O senador Pedro Simon manifestou ontem sua indignação com a saída de seis deputados e uma vereadora do PMDB, articulada pelo ex-governador Antônio Britto. Simon se diz o criador de Britto como político e "acabei sendo traído por ele". O senador não entende por que, no momento em que se lança como candidato a presidente do Brasil pelo PMDB, Britto anuncia sua saída do partido. 'Aqui em Brasília dizem que ele vai apoiar Ciro Gomes (PPS) para ficar contra mim", reclamou Simon lembra que convidou Britto, junto com Ulysses Guimarães, para concorrer à Câmara Federal e transformou o ex-porta-voz do presidente Tancredo Neves em um dos mais votados deputados federais do RS de 1986, com 350 mil votos. O senador disse que enfrentou muita gente no PMDB para que Britto crescesse e o apoiou à prefeitura de Porto Alegre (1988), para ser ministro da Previdência Social de Itamar Franco (1993) e ao governo do Estado por duas vezes (1994 e 1998). "O Mendes já estava em campanha no interior e fiquei do lado dele na convenção”, disse. Se perder, Itamar não apóia nome do PMDB. O governador de Minas Gerais Itamar Franco (PMDB) já ameaçou encabeçar uma frente nacional de combate ao candidato do PMDB para as eleições à Presidência da República, caso não venha a ser o escolhido do partido nas prévias que acontecem no dia 20 de janeiro. A vitória da ala governista na convenção nacional e a eleição do senador Ramez Tebet (PMDB-MS) para a presidência do Senado fortaleceram a impressão de que o partido sairá com um candidato contrário ao grupo itamarista. "Se o PMDB não escolher um candidato que esteja na linha de pensamento de Minas Gerais, nós abriremos uma campanha nacional contra este candidato, que será iniciada logo após o resultado das prévias", disse. Itamar alertou que dificilmente não haverá segundo turno nas eleições presidenciais: 'Acho que tem muita gente de salto alto achando que já venceu as eleições. Para combater este governo, algumas posições precisam ser revistas, pois a disputa pela Presidência não é fácil." Brizola diz que não quer o ex-governador no Piratini. O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, afirmou que não apoiaria o ex-governador Antônio Britto em uma eventual disputa pelo PPS ao Piratini em 2002. Em nível nacional, há uma aliança costurada entre PDT e PPS, partido para o qual Britto migrou depois de abandonar o PMDB. "Não tem como. Mas espero que ele não tome isso como uma ofensa pessoal", disse Brizola. O trabalhista participou sábado das comemorações do centenário do senador Alberto Pasqualini no município de Ivorá. Brizola avalia que uma aproximação com Britto seria mal recebida pelo eleitorado. O pedetista ressalvou, no entanto, que uma coligação entre o PPS e o PDT no Estado não é inviável. O deputado estadual Vieira da Cunha disse que o PDT não apóia uma frente com Antônio Britto na chapa majoritária. "Nossas diferenças com o que representou o governo de Britto são insuperáveis. Ele foi a antítese do trabalhismo", qualificou Vieira. Brizola recebeu do deputado estadual João Luiz Vargas um apelo do diretório municipal do PDT, para que concorra a governador no RS. Bernardi é o virtual vencedor das prévias Pratini de Moraes: “As outras siglas estão se desmontando. O PPB é unido e acolherá aqueles que pensam como nós O PPB é o primeiro partido a definir o seu candidato ao governo do estado nas eleições de 2002. Durante todo o domingo, cerca de 45 mil dos 163 mil filiados no Rio Grande do Sul foram às urnas em 494 dos 497 municípios gaúchos, escolher o seu candidato. Celso Bernardi e Adolfo Fetter Júnior eram os concorrentes à vaga. Também forani escolhidos os presidentes para os diretórios municipais. A tendência até o fechamento desta edição indicava a vitória do presidente estadual licenciado do partido, Celso Bernardi. De acordo com o presidente regional, deputado João Fischer, no encerramento da apuração parcial da noite de ontem, Celso Bernardi vencia com 22.517 votos, representando 77.08% dos 29.517 votos em 331 municípios apurados. Fetter Júnior estava com 6.544 votos. o que corresponde a 22.170/o da apuração, com 155 votos em branco e 65 votos nulos. O PPB espera liberar até meio dia de hoje os números finais da convenção, e Fischer adiantou que Bernardi seria virtual vencedor da prévia. O PPB voltou a festejar a indicação do ministro da Agricultura Pratini de Moraes às eleições presidenciais de 2002. Ele foi recebido com faixas e manifestações pelos militantes que participavam das prévias no plenário da Câmara de Porto Alegre. Em entrevista coletiva, o ministro confirmou a candidatura: "Fui honrosamente convocado pelo PPB para colocar o meu nome à disposição do partido. Não sou candidato, mas posso ser considerado um pré-candidato”, ponderou. Jader tenta ganhar mais tempo. A Comissão de Constituição e Justiça do Senado examina nesta quarta-feira o pedido do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) para ser ouvido mais uma vez no Conselho de Ética, alegando que esta medida garante o seu direito de defesa. O relator do pedido será o senador Osmar Dias (PR), recém-filiado ao PDT. Apesar de não admitir, pessoas ligadas ao senador paranaense dão como certa a recusa ao pedido de Jader. Os integrantes do Conselho de Etica defendem que a CCJ deverá negar o pedido, pois Jader Barbalho já depôs a um grupo de senadores do Conselho em seu gabinete, o que elimina a tese de cerceamento de defesa. Caso o pedido seja negado, os integrantes do Conselho votam na quinta-feira o relatório dos senadores Jeffeson Péres e Romeo Tuma. Se aprovado, ele será encaminhado à mesa do Senado, que terá um prazo para se pronunciar, durante o qual Jader Barbalho poderá optar pela renúncia, para não perder os direitos políticos e ficar inelegível por oito anos. Lula lidera. Roseana cresce. O presidente de honra do PT, Luís Inácio Lula da Silva, manteve sua posição de liderança nas intenções de voto para a Presidência da República em 2002. Sendo pesquisa realizada pelo Datafolha, se as eleições fossem hoje, Lula seria único a estar garantido no segundo turno. O levantamento foi feito em todo o ,Brasil no dia 18 de setembro com 2.830 entrevistados. O candidato do PT esteve à frente nas várias opções, obtendo entre 30% e 35% das intenções de voto. A governadora do Maranhão, Roseana Samey (PFL), empata na segunda posição com os governadores de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PSB), e com o candidato do PPS, Ciro Gomes (CE). A governadora consegue entre 12% e 14% das intenções de voto, percentuais próximos aos obtidos por Ciro (entre 16% e 19%), Itamar (11% e 15%) e Garotinho (9% e 11%). Roseana do PFL tem o melhor resultado contra o ministro da Saúde José Serra e os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do Ceará, Tasso Jereissati, todos do PSDB. Fogaça não quer ser ministro da Integração. O presidente Fernando Henrique Cardoso quer anunciar amanhã o novo ministro da Integração Nacional, mas está encontrando dificuldades em escolher um nome dentro da bancada do PMDB no Senado. O presidente vai cobrar hoje uma definição interna do partido ou FHC avisa que terá de escolher alguém fora do Legislativo. O problema é que os dois candidatos mais cotados , os senadores José Alencar (MG) e José Fogaça (RS) garantem que vão dizer "não". Os dois defendem que o partido que prega a candidatura própria não deve indicar ministro de estado. "Prezo muito o presidente, mas abracei a causa da candidatura própria", justificou Alencar. Já Fogaça diz que seria uma "imoralidade" um senador candidato à reeleição aceitar o cargo apenas para permanecer até o final do ano ou no máximo três meses na pasta, em conseqüência do prazo de desincompatibilização. Ideologia é o que menos importa na troca de partidos Na Dança das cadeiras, políticos esquecem suas posições ideológicas e saem na busca de uma melhor opção eleitoral. Um terço dos deputados federais já trocou de partido pelo menos uma vez, desde janeiro de 19%, movimentando com isso cerca de 24 milhões de votos de um partido para outro. Na reta final do prazo previsto por lei para a filiação partidária com vistas à eleição de 2002, políticos de todas as legendas estão promovendo uma verdadeira revolução no país. Um levantamento realizado pelo Jornal Estado de S. Paulo revela que um terço dos deputados federais já trocou de partido pelo menos uma vez, desde janeiro de 1999, movimentando com isso cerca de 24 milhões de votos de um partido para outro. Quase metade das mudanças ocorreu neste ano. Políticos de todas as agremiações estão colocando a ideologia e suas convicções de lado e promovendo uma inusitada dança de cadeiras que já fez estragos em todos os estados. Enquanto uma debandada em bloco reduz pela metade a bancada do PMDB na Assembléia do Rio Grande do Sul, no Legislativo de Rondônia 12 dos seus 24 deputados estaduais já abandonaram a sigla pela qual foram eleitos. PRÁTICA - No Senado, mais de 15% dos 81 senadores já mudou de sigla. Em Alagoas, apenas oito dos 27 parlamentares não mudaram de partido. No Paraná, Acre, Amapá e Maranhão, em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pernambuco, além da Paraíba, mais de um terço dos deputados estaduais adotaram a prática. 21 senadores sob investigação. Depois do PMDB, com 24 parlamentares, a maior bancada do Senado é composta por políticos submetidos a investigações criminais no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao todo, a "bancada" dos investigados reúne 21 senadores. Os campeões são do próprio PMDB que encabeçam a lista dos investigados: Roberto Requião (PR), com nove inquéritos relativos a acusações de calúnias; Carlos Bezerra (MT), com quatro inquéritos sobre crime eleitoral; e íris Rezende (GO) e jader Barbalho (PA), cada um respondendo a três inquéritos, envolvendo desvio de recursos públicos, corrupção e crime eleitoral. O Senado tem contribuído para a impunidade dos seus representantes. Há dois anos, a maioria dos senadores negou pedido de licença prévia encaminhada pelo STF para a abertura de processo criminal contra Ronaldo Cunha Lima (sem- partido-PB), que atirou contra o ex-govemador Tarcísio Burity (PFL) em um restaurante. Mas os casos mais graves envolvem o ex-presidente do Senado Jader Barbalho. Se for concedida licença, ele será processado e estará quebrado o tabu. O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), também é citado em dois processos por difamação contra Mário Covas e, no Tribunal de Contas da União. a acusação é de desvio recursos da extinta LBA. Editorial Terra de conflitos "Tanto o terrorista Osama bin Laden quanto o mulá Mohammad Omar, chefe máximo dos talebans, estão confiantes de que podem puxar os Estados Unidos para uma guerra que não poderão vencer, como aconteceu com a União Soviética". A afirmação é do jornalista Ahmed Rashid, um dos maiores especialistas mundiais sobre o Oriente Médio, que escreve para o jornal inglês Daily Telegraph e acompanha a situação afegã desde os anos 70. Rashid diz que enquanto o mundo está de olho nos Estados Unidos, tentando entender como vai ser a tão planejada guerra, a situação no Afeganistão muda rapidamente. O pedido do rei deposto, Mohammed Zahir Shah, 73 anos, de um levante contra os talebans, parece estar surtindo efeito. Centenas de líderes tribais e até alguns mulas talebans, menos radicais, começam a dar indícios de que podem dar um golpe. A situação se deteriora rapidamente em Cabul, capital afegã. No relato de Rashid, "homens armados estão entrando nas casas, para ver se as pessoas têm armas, estão vendo filmes ou ouvindo música. Os homens da família são presos e as mulheres forçadas a entregar dinheiro e jóias". Mas mesmo neste cenário de luta interna pelo poder, não é possível subestimar a força do regime taleban. Até aqui ele conseguiu manter a população unida com um discurso de resistência ao inimigo externo. O Afeganistão tem um histórico de vitórias contra os invasores. Seus combatentes foram capazes de derrotar superpotências, na base da determinação e conhecimento da região, inóspita e montanhosa. Eles podem ser um desafio maior do que imaginam os estrategistas do sofisticado aparato de guerra dos EUA. Topo da página

09/24/2001


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