Simon concorre ao Piratini contra Antônio Britto



Simon concorre ao Piratini contra Antônio Britto Padilha quer explicações do ex-governador que afirmou que o PMDB está dominado pelo “clube da esperteza” O senador conversou ontem, em Brasília, com o ex-vice-governador Vicente Bogo (PSDB) e fez o convite oficial para que retorne ao PMDB. Bogo reúne-se hoje com Leonel Brizola (PDT). O senador Pedro Simon (PMDB) disse ontem que "se o Britto for candidato eu concorro ao governo". Simon ainda não esqueceu "a ingratidão" do ex-governador. 'A vida política dele sempre passou pelas minhas mãos", repetiu. O senador está entusiasmado com a disputa das prévias do PMDB, marcadas para o dia 20 de janeiro que indicará o candidato do partido às eleições presidenciais de 2002.. "Tenho todas as chances de ganhar", avaliou. Pedro Simon esteve reunido ontem com o ex-vice-govemador Vicente Bogo (PSDB) e o convidou oficialmente para entrar no PMDB. "Ele foi deputado constituinte em 1986 pelo nosso partido e agora está na hor# de voltar", anunciou. Para Simon, o único perigo nesse convite é o encontro de Bogo com o presidente nacional do PDT, Leonel BrizoIa. "Ele é um encantador de serpentes e poucos resistem aos seus encantos", brincou. PADILHA - O ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, reagiu às críticas de Antônio Britto, que declarou ao filiar-se ao PPS, que o PMDB é dominado pelo "clube da esperteza". O ministro disse que “a adjetivação de clube da esperteza, não ficou bem esclarecido. Se trabalhou com inteligência política, sim, mas se foi pejorativo, eu refuto violentamente”. Britto não é candidato ao governo. O ex-govemador Antônio Britto, do PPS, disse ontem que não tem pretensão de ser candidato ao governo do Estado. Britto voltou a festejar sua condição de ex-peemedebista: "Quero separar duas questões: eu andava triste no PMDB, sair do PMDB me remoça. Não pretendo ser candidato. Temos que fazer união de forças no RS." Também garantiu aue sua razão para sair fo divergência política. "Tenho enorme respeito por quem fica. Se nós pudéssemos voltar a 1994 de novo apoiaria Fernando Henrique. Com a morte do Sérgio Motta e do deputado Luís Eduardo Magalhães, o governo teve que dar força a um conjunto de pessoas que prejudicaram enormemente o governo. Quiseram fazer coisas modernas em matéria política convivendo com o que há de mais velho." Um balcão de negócios O governador Olívio Dutra, em entrevista ontem, à Rádio Guaíba, disse que a maioria dos partidos políticos gaúchos viraram um balcão de negócios. "No Rio Grande do Sul, os quatro partidos da Frente Popular e o PPB são os que possuem contornos ideológicos claros" definiu. Olívio denunciou um jogo político onde "o que vale são as propostas de grupos ou até mesmo pessoais." O objetivo de acordo com o governador é "ratificar ideologias de centro-direita para um projeto neoliberal hegemônico na política federal". O governador disse que todas as mudanças ocorridas nos últimos dias, como a saída do vereador José Fortunati para o PDT e do grupo de Antônio Britto do PMDB para o PPS, "com raríssimas exceções, são para reforçar um projeto de centro-direita". A respeito das eleições de 2002, ele considera evidente que a perspectiva dos partidos de oposição é tentar fazer o que não conseguiram nas eleições passadas quando a Frente Popular derrotou a coligação comdanda por Antônio Britto. "Mesmo que tivessem partidos diferentes, e discursos diferentes, não poderiam ganhar aquelas eleições" lembrou. Olívio disse que não projeta sua eleição e ataca os oposicionistas: "O povo gaúcho não quer voltar atrás, para o estado mínimo, endividado, de demissão de funcionários, de submissão aos interesses de megaempresas". Brizola: “Antônio Britto parecia uma odalisca.” Ex-governador veio ao estado para abonar a filiação de José Fortunati ao PDT e aproveitou o troca-troca O ex-govemador Leonel Brizola voltou a afirmar que a entrada do ex-govemador Antônio Britto no PPS dificulta a formação de uma aliança. "O Britto parecia uma odalisca se oferecendo a todos. Não dá para acreditar nele. Ele diz que não é candidato, mas sai antes do dia 5 de outubro", ironizou BrizoIa. Brizola esteve ontem no estado para o ato de filiação do vereador José Fortunati ao PDT. O ex-govemador disse que Fortunati veio por vontade própria para o partido e é um nome que está em condições de concorrer a qualquer cargo, inclusive ao governo do estado. "Ele encontrou o seu leito. O que aconteceu com ele poderá acontecer com outros", avisou. Fortunati afirmou que a decisão foi muito pensada, mas não disse se aceitaria disputar a sucessão estadual. 'Abandonei o PT porque mudou demais. Não serei um anti-PT. Vou sim ajudar o PDT a manter seu trabalho junto à sociedade. Mesmo ingressando hoje, me sinto como um pedetista antigo”, declarou. No PMDB, Fogaça não concorre. O senador José Fogaça admite largar a vida pública. "Não pretendo concorrer a nada pelo partido", enfatiza. Fogaça está refletindo sobre a sua permanência no PMDB. "Estou pensando muito, pois não quero decidir nada com a cabeça quente. Tenho grande preocupação com a situação do partido aqui no estado", afirma. O senador acredita que Britto saiu pois "sentiu os espaços políticos mais estreitos e limitados no PMDB". Fogaça retorna a Brasília na segunda-feira, provavelmente já ciente da definição do seu futuro: se permanece ou se sai do PMDB. Jader volta a recorrer ao STF contra a cassação Aprovado pelo Conselho de Ética, o processo só depende de ato formal de Mesa do Senado e pode ser aberto em 15 dias O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) entrou ontem com um novo mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo liminar para tentar barrar a abertura do processo de cassação de seu mandato. O advogado Antônio Mariz de Oliveira, que representa Jader, argumenta que o seu cliente não está usufruindo do direito de defesa contra a acusação de quebra de decoro e que, por isso, os procedimentos do Conselho de Ética do Senado são irregulares. Uma eventual liminar proibindo a instauração do processo livraria Jader da necessidade de imediata renúncia para escapar da pena de impedimento para concorrer a cargos públicos por oito anos. Após o processo ser aberto, a renúncia não evitaria esse desfecho. Com a aprovação ontem pelo Conselho de Ética do relatório da comissão de inquérito contra Jader, a instauração só depende de ato formal da Mesa do Senado. Na quarta-feira à noite, o ministro do STF, Celso de Mello, negou liminar em outro mandato de segurança de Jader. Maluf diz que MP está bisbilhotando. O ex-prefeito Paulo Maluf acusou ontem o Ministério Público paulista de cometer crimes na investigação sobre a possível existência de US$ 200 milhões dele e de seus familiares no paraíso fiscal de Jersey. Em visita a Araçatuba, Maluf afirmou, sem citar nomes, que os promotores de justiça estão "confundindo investigação com bisbilhotice". Segundo Maluf, informações que os promotores obtiveram a partir da quebra de seu sigilo telefônico e que eram para ser mantidas sob segredo de justiça teriam sido passadas para a imprensa. "Eu tenho o maior respeito pelo Ministério Público, mas não posso dizer o mesmo de promotores que estou processando", disse o ex-prefeito, acrescentando que esses promotores "querem transformar o Ministério Público em um partido político". Maluf negou mais uma vez que possua dinheiro no exterior e desafiou os promotores a apresentarem provas. "Eles não apresentam provas, só acusações", afirmou. E sugeriu: "Em vez de me perseguirem, investiguem a bandalheira dos pedágios". Em tom de campanha, Maluf criticou o governo paulista pela concessão de rodovias à iniciativa privada e disse que só beneficiou as empresas. Numa rádio de Araçatuba, ele protagonizou um ligeiro bate-boca com um repórter que o entrevistava ao vivo e insinuou que o entrevistador era "otário". O repórter devolveu: "Não sou otário e também não sou demagogo". Editorial A liberdade em discussão. O governo norte-americano começa a recuar em relação a algumas medidas propostas no pacote antiterrorismo que será enviado ao Congresso. Se mantido, o projeto representaria um retrocesso inaceitável na Nação que se orgulha de ter um histórico de respeito à liberdade. Provavelmente não passaria, pois foi criticado não só por deputados democratas, mas também pelos republicanos correligionários de Bush. O jornal Boston Globe, em sua edição de ontem, narra as negociações entre os congressistas e o Departamento de justiça norte-americano, hoje nas mãos da ultra-direita. Em vez da prisão de imigrantes por tempo indeteriminado, o governo terá sete dias para processar, extraditar ou liberar o detido. Outro ponto em discussão, talvez o que mais tenha despertado rejeição ao pacote original, é a aceitação de provas obtidas no exterior, por meios ilegais nos Estados Unidos, como escuta telefônica sem autorização judicial e sob tortura. Sob o choque dos ataques terroristas, logo após o trágico 1 1 de setembro, uma pesquisa mostrou que mais de 60% dos americanos admitiam "abrir mão" de alguns direitos civis, em nome do reforço à segurança. Hoje provavelmente a situação seria outra. Mesmo que o discurso pacifista neste momento pareça utópico e fora de lugar, os norte-americanos sabem que as ações antiterroristas em preparação não podem significar a perda de valores dos quais os Estados Unidos sempre e tanto se orgulharam, à frente dos quais sempre estiveram o respeito às liberdades e direitos individuais. Topo da página

09/28/2001


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