Simon exalta papel do Senado na defesa da democracia
Ao discursar na sessão solene comemorativa dos 111 anos do Senado, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) destacou que, entre os muitos momentos eletrizantes que a Casa patrocinou na vida da República, o mais relevante foi o episódio do impeachment do ex-presidente Fernando Collor, quando o Congresso, e em especial o Senado, tirou do poder, democraticamente, um presidente da República que não estava cumprindo seu dever.
Para Simon, o Senado dos dias de hoje sabe honrar suas tradições, com cada senador procurando fazer o seu melhor.
- Podemos divergir de algumas posições políticas, mas temos que respeitar a integridade e a seriedade com que cada senador defende os interesses do Brasil e de seu estado em particular - afirmou.
O senador pelo Rio Grande do Sul fez um relato da história do Senado, homenageando os melhores tribunos que marcaram sua história, desde o maranhense Gomes de Castro, ainda no Império, ao paraense Jarbas Passarinho, passando pelo baiano Rui Barbosa, o gaúcho Luís Carlos Prestes e o piauiense Petrônio Portela.
Falando de seu conterrâneo Paulo Brossard, Simon lembrou o momento histórico em que ele denunciou a existência de tortura nos tempos da ditadura militar. Em 17 de março de 1981, o ex-senador disse que "a tortura é legalmente incompatível com a natureza, as atribuições e a finalidade das Forças Armadas, que não poderiam acobertá-la sem associar-se a ela".
Definindo-se um parlamentarista, Simon concluiu seu pronunciamento com palavras do senador e jurista Afonso Arinos de Melo Franco, para ele o maior defensor do parlamentarismo no Brasil. Em 4 de agosto de 1987, durante debate na Assembléia Constituinte, o jurista afirmou que "o regime presidencial nunca foi aplicado no Brasil". De acordo com a citação de Simon, Afonso Arinos afirmou que "desde Deodoro, a filosofia política foi ditatorial. Cem anos de República, 54 anos de violência sem lei, antidemocrática e repugnante, essa é a face velada, mas inesquecível, do presidencialismo republicano no Brasil".
12/06/2002
Agência Senado
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