Simon faz vigília no Plenário e Executivo envia autorização de empréstimo para o RS



Depois de pelo menos cinco horas de vigília, quando se revezou na tribuna com o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) teve sua reivindicação atendida: foi lida em Plenário a mensagem presidencial que autoriza o governo do Rio Grande do Sul a contrair empréstimo de US$ 1,1 bilhão junto ao Banco Interamericano para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), ou Banco Mundial.

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A mensagem teria que ser lida ainda nesta sexta-feira para poder entrar na pauta da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) na próxima semana e ser votada antes do recesso parlamentar. Na pauta da comissão, já constavam outras mensagens semelhantes autorizando empréstimos junto ao Banco Mundial para Minas Gerais e Amazonas. O presidente da CAE, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), já designou como relatora da mensagem a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) e a matéria foi incluída, logo após sua leitura em Plenário, na pauta da CAE da próxima semana.

Em vários discursos, enquanto aguardava a chegada da mensagem ao Senado, Simon explicou que o financiamento tem por objetivo recompor a dívida do estado, com a "troca" de um passivo devido ao governo federal por outro, com o Banco Mundial, que teria taxas de juros mais baixas. Ao governo, o estado paga 18% ao ano, enquanto o Bird poderá cobrar entre 10% e 12% de juros em seu empréstimo. Só de juros, o Rio Grande do Sul vem pagando cerca de R$ 1 bilhão anualmente, informou.

Em entrevista após o encerramento da sessão, às 16h, ao ser indagado sobre a possibilidade de a "moda pegar", Simon comemorou o entendimento ocorrido, que permitiu a leitura da mensagem, e agradeceu ao secretário de Fazenda e ao diretor do Tesouro do Rio Grande do Sul, ao procurador-geral da Fazenda, à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

- Dá para ver que, apesar de todos os pesares, há momentos em que a gente pode dar as mãos e a soma é para todos - comemorou.

O senador Heráclito Fortes, que apoiou o protesto de Simon, disse que, com essa atitude, o senador gaúcho mostrou que é possível quebrar a "mitificação da burocracia brasileira", e isentou o presidente Lula de qualquer culpa pela demora no envio da proposta, assim como a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, atribuindo-a "ao terceiro ou quarto escalão".

- O Simon deu uma aula de persistência e, acima de tudo, de experiência parlamentar. Mostrou ao Brasil que vontade e garra são fundamentais para as conquistas e essa, para o Rio Grande do Sul, é fundamental - disse, assinalando "a guerra" vencida nesta sexta-feira contra a burocracia.

O senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS), que se encontrava em Porto Alegre, telefonou várias vezes manifestando solidariedade à vigília do senador Pedro Simon (PMDB-RS), segundo afirmou o senador Gim Argello (PTB-DF), que presidia a sessão.



20/06/2008

Agência Senado


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