Simon: "Governo Lula é confusão permanente, mas ainda há tempo para mudar"
"Para onde caminhamos? Quais são os nossos objetivos? O Palocci apenas repete a política do ministro Pedro Malan. O governo Lula é confusão permanente, mas ainda há tempo para o presidente Lula mudar sua política." Com frases como esta, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) exortou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a deixar de "ouvir apenas os assessores próximos" e a estender "a mão ao diálogo com a sociedade".
- Caso não faça isso, o presidente se estreita, na linha radical do PT. Se o Lula fracassar, perdemos o direito de ter esperanças. Se o governo Lula fracassar, não será o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que irá ocupar o seu espaço - disse.
Antes de chegar a essas afirmações, Pedro Simon lembrou a trajetória do PMDB e falou da homenagem que os políticos e intelectuais receberam no último dia 20, em Belo Horizonte, do governador Aécio Neves, nas comemorações dos 20 anos do movimento Diretas Já. O senador foi um dos oradores na cerimônia de inauguração de três estátuas de bronze dos três políticos já falecidos que participaram ativamente do movimento - Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e Teotônio Vilela. Elas estão em uma praça à frente da Assembléia de Minas e "parecem manter uma conversa animada".
- O PMDB, antes do "Diretas Já", era um partido condenado, mas o movimento o ajudou. O povo perguntava que partido era aquele que concordava com colégio eleitoral, com o jogo dos ditadores. O curioso é que o primeiro presidente eleito depois do "Diretas Já" foi Fernando Collor, que acabou sofrendo impeachment do Congresso. Depois, veio Itamar e foi dele o Plano Real. Tivemos então oito anos de Fernando Henrique e só assim Lula foi eleito. Ele foi o ápice de décadas de luta, mas ainda não disse a que veio - acrescentou.
A seguir, Pedro Simon disse que o primeiro grande erro do presidente Lula foi nomear 17 ex-companheiros derrotados nas eleições para o Ministério. Depois, teve o caso Waldomiro Diniz, flagrado numa filmagem negociando com um banqueiro dos jogos de azar. Para ele, Lula teria resolvido tudo afastando o ministro José Dirceu até que os fatos fossem esclarecidos.
- Assim, de MP em MP, cada uma mais boba que a outra, chegamos ao momento mais baixo do governo. Na semana passada, chegaram ao ponto de tirar o senador Paulo Paim, o símbolo do PT que luta pelos trabalhadores, da comissão que vai examinar o salário mínimo - lamentou.
Apesar das críticas, Simon manifestou solidariedade a Lula contra a reportagem do The New York Times, que trata de um suposto uso excessivo de bebidas alcoólicas pelo presidente.
10/05/2004
Agência Senado
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