SIMON HOMENAGEIA JANGO NO ANIVERSÁRIO DE SUA MORTE
Ao homenagear o ex-presidente da República João Goulart no aniversário de sua morte, ocorrida em 6 de dezembro de 1978, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que o único presidente brasileiro a morrer no exílio, após ter sido acusado de corrupto por toda a imprensa e derrubado do poder pelo golpe militar de 1964, hoje é considerado um dos vinte maiores estadistas da história política brasileira, conforme balanço realizado pela revista IstoÉ. "A História acaba dizendo a verdade", afirmou.Simon comparou dois momentos protagonizados por Auro Moura Andrade, que declarou vaga a Presidência da República em 1961 e 1964. Na primeira vez Moura Andrade foi "juridicamente correto", avaliou o senador, pois estava com uma carta de renúncia nas mãos. Já em relação a Jango, enfatizou, o presidente não escrevera nenhuma carta de renúncia e se encontrava em Porto Alegre, na casa do comandante do III Exército, quando Moura Andrade repetiu a cena de 1961: "Não há como imaginar ou fazer qualquer análise sobre aquela decisão". Entre os vários protestos, Simon ressaltou o de Tancredo Neves, que imediatamente registrou o golpe em andamento.As duas declarações de Moura Andrade constam do CD-ROM Grandes Momentos do Parlamento, dois volumes distribuídos pela Mesa do Senado que reúnem pronunciamentos parlamentares que impactaram a política nacional, informou o senador. Foi através deles que Simon disse ter tomado conhecimento de um golpe de Estado promovido pelo presidente do Congresso Nacional. "Já conheci vários tipos de golpe, mas golpe do presidente do Congresso, não conhecia", afirmou.Ao registrar o consenso de toda a mídia contra Jango, Simon relatou que, para contestar noticiário que dava conta de supostas compras de fazendas - "uma a quase toda semana" -, o presidente da República firmou em cartório o compromisso de, comprovada qualquer compra, vendê-la por US$ 1 dólar. "Não saiu nem uma vírgula", disse.- Tenho medo da mídia quando ela se une - disse o senador referindo-se ao grande consenso da imprensa contra Getúlio Vargas, em 1954, e contra Jango, dez anos depois. A seu ver, apenas duas vezes "a mídia organizada uniu-se em torno de bons propósitos, por ocasião das Diretas Já e do impeachment de Fernando Collor".Ao dizer de seu orgulho por "Jango ter sido um brasileiro de estirpe", Simon lembrou que o presidente deposto ficou rico, mas só após o exílio.Em aparte, o senador Ernandes Amorim (PPB-RO) quis saber por que o procedimento de declarar a Presidência da República vaga não foi adotado após a renúncia de Fernando Collor. Simon explicou que a carta de renúncia de Collor estaria com o advogado, mas não foi apresentada antes da abertura da sessão do Congresso em que os parlamentares assumiram o papel de um tribunal sob a direção do presidente do Supremo Tribunal Federal para votar o impeachment presidencial.
06/12/1999
Agência Senado
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