Simon lembra aniversário da morte de João Goulart



O senador Pedro Simon registrou em Plenário, neste domingo (7), o aniversário de 27 anos - ocorrido no sábado - da morte do ex-presidente João Goulart, -o único presidente brasileiro que morreu fora do Brasil-, como destacou. Ele recordou detalhes da vida de Goulart, que, segundo relatou, nunca quis ser presidente, tendo assumido o cargo apenas em virtude da renúncia de Jânio Quadros.

- Até hoje não se explicou direito o acidente que causou a morte João Goulart na sua fazenda na Argentina - disse Simon.

João Goulart, popularmente conhecido como Jango, foi o vigésimo segundo presidente do Brasil, tendo governado de 1961 a 1964. Em 1955, Jango havia sido eleito vice-presidente na chapa de Juscelino Kubitschek . Nas eleições de 1960 novamente candidatou-se como vice, desta vez do Marechal Lott. Jânio Quadros foi eleito presidente e Jango conseguiu eleger-se como vice, pois na época as eleições para presidente e vice-presidente eram independentes.

Jânio renunciou em 25 de agosto de 1961. Na época, Jango encontrava-se em visita oficial à República Popular da China e no Brasil houve uma forte reação a sua confirmação como presidente. Apenas com a campanha da legalidade, empreendida pelo então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, Jango conseguiu assumir o cargo, mas sob um regime parlamentarista.

Em 6 de janeiro de 1963 realizou-se o plebiscito no qual a população brasileira colocou-se maciçamente favorável ao presidencialismo. Jango começou então a lutar para implementar as Reformas de Base. Seu governo foi marcado por conflitos e acabou com o movimento militar que em 31 de março de 1964 o depôs. Em 1º de abril, Jango abandonou Brasília, rumou para Porto Alegre e depois para o Uruguai, onde se exilou em sua fazenda. Jango morreu em Mercedes, província de Corrientes na Argentina, em 6 de dezembro de 1976.

Em aparte, o senador Paulo Paim (PT-RS) elogiou o discurso feito por Simon, dizendo que a platéia, composta por visitantes e parlamentares, ouviu o discurso com grande respeito. Simon elogiou a atuação de Paim e disse que se sentia honrado em tê-lo como colega.

Heráclito Fortes (PFL-PI), em aparte, lembrou que a Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul foi a única do país que continuou funcionando durante a ditadura militar, quando todas as outras foram fechadas. Simon relatou que o presidente da Assembléia gaúcha, Valdir Lopes, era primo do presidente Costa e Silva e montou um dossiê mostrando que a Assembléia do Rio Grande do Sul funcionava com grande austeridade, numa época em que a imprensa vivia denunciando excessos das outras casas legislativas.

- O presidente ficou tão impressionado que decidiu não fechar a do Rio Grande do Sul - disse Simon.

Na presidência da sessão, o senador Siqueira Campos (PSDB-TO) lembrou que o então governador de Goiás, Mauro Borges, numa atitude histórica, também resistiu com coragem ao movimento militar de 1964.



07/12/2003

Agência Senado


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