Simon lamenta baixa credibilidade popular do Congresso Nacional



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) citou pesquisa realizada a pedido dos empresários do setor de construção de estradas que coloca o Congresso Nacional como a pior instituição em relação à credibilidade popular. O Poder Legislativo federal, que na última pesquisa já era a instituição pior qualificada, obtendo 1,1%, caiu para 0,5% na atual, informou o senador. Em contrapartida, afirmou Simon, a credibilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aumentou para 65%.

- Por que o Congresso Nacional tem uma credibilidade tão pequena e o que leva o presidente Lula, no auge do debate do chamado cartão corporativo, que envolve a figura do presidente da República, a estar com a credibilidade popular lá em cima? - indagou.

Simon disse estar impressionado com o noticiário do final de semana, segundo o qual o governo negocia cargos no setor elétrico em troca de apoio na comissão parlamentar de inquérito (CPI) que irá investigar os cartões corporativos, ainda não instalada.

- Isso é de uma humilhação, de um grosseiro, de um ridículo atroz, mais que tudo o que se possa imaginar. Isso deixa mal meu partido, o PMDB - afirmou Simon, ratificando jamais ter sido chamado para negociar qualquer cargo.

O parlamentar pelo Rio Grande do Sul pediu à imprensa que pare de noticiar a disputa entre o senador José Sarney e a chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, em torno da nomeação para cargos no governo. Em entrevista publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, destacou Simon, Sarney diz não ter indicado qualquer nome ao governo e também que é muito amigo da ministra.

- Então vamos tirar das manchetes que os cargos e a ação da CPI vão depender dos presidentes da Eletrobrás, da Eletronorte - afirmou, criticando a necessidade da nomeação, segundo a imprensa, de um indicado do deputado Jader Barbalho para a Eletronorte.

Simon lembrou que Jader renunciou à Presidência do Senado "em uma situação muito complicada" e responde a três processos na Justiça.

O senador também destacou, na entrevista, a crítica de Sarney ao governo Lula que, segundo o ex-presidente da República, "falha ao não se esforçar para fazer a reforma política".

- Não é fácil, mas aqui está um assunto em que eu concordo plenamente com o presidente José Sarney - disse.

Simon afirmou que "a CPI não pode ser um desafio entre PSDB e PT para dizer quem errou mais e onde errou mais". Para ele, os dois partidos, assim como o PMDB, que integra o governo, não deveriam ficar nem com a presidência nem com a relatoria. Mas sugeriu o nome do líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), para a relatoria:

- Jucá deveria ser o relator da comissão: foi líder do Fernando Henrique e é líder do Lula, sabe tudo o que aconteceu nos dois governos.

Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania vota na quarta-feira (20) os projetos que tratam da situação dos suplentes.



18/02/2008

Agência Senado


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