Simon lê 'carta aberta' à mãe do menino João Hélio
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) leu nesta terça-feira (13), em Plenário, o que chamou de "carta aberta" à mãe do menino João Hélio Fernandes, morto barbaramente por bandidos no Rio de Janeiro. Na carta, o senador lamenta a dilaceração da família, o uso de drogas e os valores distorcidos transmitidos pela televisão.
- É nestes momentos que nos sentimos ínfimos, diante dos desígnios do Criador. Pior: é, também, nestes mesmos momentos que sabemos o quanto a humanidade se distanciou da Sua obra - disse o senador na mensagem dirigida a Rosa Cristina Fernandes. Para o parlamentar gaúcho, o gênero humano se distanciou dos seus próprios conceitos de benevolência, de clemência e de compaixão.
Simon disse esperar que as lágrimas da mãe de João Hélio não se percam nos índices de audiência que o assunto ganhou ou nos "discursos de conveniência" em protesto contra o ocorrido. O senador peemedebistadisse esperar que a dor de Rosa Cristina mobilizasseos cidadãos brasileirospara a reconstrução de valores perdidos.
- Em outros tempos, não tão distantes, os valores morais e culturais se construíam sobre o tripé família-escola-igreja. Hoje a família foi dilacerada; a escola, sucateada; e a igreja, excomungada. No lugar, um novo e perverso tripé: a droga, a rua e a arma. A droga como estímulo; a rua como palco; e a arma como poder - descreveu Simon.
O parlamentar observou, entretanto, que não há diferença, na dor, entre o favelado que atira nas esquinas e um dirigente que manda despejar mísseis sobre cidades inteiras.
- Quantas serão as mães de Bagdá que choram a morte de seus pequenos inocentes, meninos da guerra trucidados em nome do poder e da ganância? - indagou Simon.
Ele se solidarizou com a mãe de João Hélio não só como cidadão brasileiro e parlamentar, mas também como pai de um filho morto precocemente - Matheus.
- Quando conversares com o João Hélio, nos teus sonhos de mãe, diga-lhe que um menino alegre, feliz , bonito e inteligente como ele irá procurá-lo, entre todos os anjos. Diga-lhe que eles têm muito em comum na inocência de criança - disse o senador.13/02/2007
Agência Senado
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