Simon registra aniversário de morte de João Goulart e pede investigação de denúncia de assassinato
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) registrou o aniversário de morte do ex-presidente João Goulart, ocorrido em 6 de dezembro de 1976. Na ocasião, ele comentou investigação realizada pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul a partir da denúncia de que Jango, como era conhecido, fora assassinado por uma conspiração do governo militar.
A denúncia foi apresentada pelo uruguaio Mario Neira Barreiro, preso na penitenciária de Charqueadas (RS) por tráfico de armas, que afirma ter participado do crime. A comissão apresentou seu relatório final em julho deste ano, após 120 dias de análise de documentos e depoimentos. Concluiu que o ex-presidente pode ter sido envenenado.
- Ainda espero que se faça o devido estudo e se dê a devida resposta às notícias dramáticas com relação ao que teria sido o assassinato do presidente - disse, nesta segunda-feira (8).
Para Simon, a não-resistência de João Goulart ao golpe de Estado que o depôs, em 1964, foi um ato de "responsabilidade extraordinária", pois, de acordo com ele, evitou a intervenção da chamada Quarta Frota da Marinha norte-americana e a conseqüente divisão do Brasil.
O ex-presidente exilou-se no Uruguai e, mais tarde na Argentina, onde faleceu - oficialmente, vítima de ataque cardíaco. A suspeita é de que sua morte tenha sido planejada por agentes da chamada Operação Condor, aliança político-militar criada para reprimir os movimentos de oposição aos regimes autoritários da América do Sul.
Simon narrou ainda o processo para garantir o retorno do corpo ao Brasil, o velório, o cortejo pela cidade de São Borja até chegar ao cemitério, onde o senador e Tancredo Neves discursaram, e a pancadaria ocorrida na missa de sétimo dia, em Porto Alegre.
Obama
Pedro Simon comentou ainda a eleição de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos. Em sua opinião, Obama é o primeiro presidente, nos últimos tempos, a se eleger com "uma história de paz e de entendimento". Ele defendeu ainda o fim do bloqueio comercial a Cuba, que é apoiado pela maioria dos norte-americanos, segundo pesquisa publicada pela imprensa daquele país. Simon também afirmou ter esperanças de que Obama possa "suspender, transferir, deixar sobrestada" a reativação da Quarta Frota da Marinha norte-americana, que atua nas áreas do Caribe, América Central e do Sul.
Ele também registrou artigo do ex-senador Paulo Brossard publicado pelo Jornal do Commercio afirmando que, no Brasil, os partidos políticos não existem, o que na visão de Simon "é uma triste realidade". E, mais uma vez, defendeu a realização de prévias nos partidos para a escolha dos candidatos à Presidência da República nas eleições de 2010, num "debate multipartidário".
08/12/2008
Agência Senado
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