Simon: Nos EUA, Obama se desculpa por eventuais irregularidades; no Brasil, nada acontece



Ao discursar em Plenário nesta sexta-feira (6), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) comparou a atitude do presidente norte-americano, Barack Obama, que admitiu ter errado ao indicar dois membros de sua equipe acusados de irregularidades - eles desistiram de assumir seus respectivos cargos logo após as denúncias - com o que ocorre no Brasil. Como exemplo, citou o caso do deputado federal Edmar Moreira (DEM-MG), que assumiu há poucos dias o cargo de corregedor da Câmara dos Deputados e também o de 2º vice-presidente daquela Casa e está sendo acusado de omitir, em sua declaração de bens, uma propriedade em forma de castelo, avaliada em R$ 20 milhões.

- Lá, o presidente Obama se dirige ao país, pedindo desculpas. Aqui, nada acontece - declarou ele.

Simon se referia, no caso norte-americano, às renúncias de Tom Daschle, que seria o novo secretário de Saúde, e Nancy Killefer, indicada para a supervisão do departamento da Presidência responsável pela fiscalização de gastos públicos. Ambos foram denunciados por sonegação de impostos e, em decorrência disso, desistiram de assumir esses cargos. Já o deputado Edmar Moreira é acusado, entre outras irregularidades, de não pagar dívidas com a Previdência e de não ter declarado à Justiça Eleitoral a propriedade de um castelo construído em Minas Gerais. O próprio partido de Edmar Moreira, o DEM, divulgou na quinta-feira uma nota recomendando que ele renunciasse à Corregedoria e à 2ª Vice-Presidência da Câmara.

- O Brasil não é o país mais corrupto do mundo. O problema é que, em outros países, cada um paga a sua conta. Aqui, ninguém paga nada - disse o senador.

Proibição da tortura

Simon também elogiou Barack Obama por suas primeiras providências como presidente dos Estados Unidos. Ele destacou a decisão de fechar por um ano a prisão de Guantánamo - que, apesar de ser norte-americana, está localizada em Cuba - e de proibir a tortura e os maus-tratos a presos.

- Eu me emocionei. Lembro que Obama havia dito que os interrogatórios têm de respeitar as pessoas, mas não esperava que a decisão fosse tomada logo nos primeiros dias de governo - afirmou o senador.

Outras providências do presidente norte-americano elogiadas por Simon foram a de impor restrições à atuação dos lobistas - atividade que, nos Estados Unidos, é regulamentada - e a de limitar a até US$ 500 mil por ano os salários de executivos de empresas que receberem auxílio do governo para enfrentar a crise econômica.



06/02/2009

Agência Senado


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