Simon para Dilma: 'Investigue o que tiver que investigar'
Em pronunciamento nesta segunda-feira (8), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) sugeriu à presidente Dilma Rousseff que ela determine que toda e qualquer suspeita de irregularidade ou corrupção em seu governo seja investigada. Para o senador, a presidente precisa ser firme e determinada e não ceder a pressões políticas ou partidárias, independentemente do poder e força dos envolvidos. Ele citou como exemplo as recentes denúncias contra membros do Ministério da Agricultura, comandado pelo peemedebista Wagner Rossi.
- O governo é dela e ela tem que ser firme. Ela tem que ser enérgica. O que está acontecendo na pasta da Agricultura é sério. Se tiver que limpar tem que limpar! Quando vossa excelência diz que está enquadrando os ministros isso está certo, isso está correto - afirmou.
Na opinião de Simon, a presidente Dilma tem, até agora, agido a contento frente aos casos de irregularidades em seu governo, o que a diferencia de seus antecessores Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, Dilma precisa continuar no mesmo tom, determinando as investigações necessárias e afastando do governo "quem precisa ser afastado", mesmo que seja do PT ou do PMDB.
- O fato novo é que a Dilma tem tido coragem. A presidente Dilma tem que continuar assim. Que ela tenha coragem de fazer as coisas. Acho que ela precisa fazer - disse Simon ao afirmar que a presidente Dilma conta com o apoio de muitos parlamentares, do governo e da oposição, para continuar combatendo a corrupção.
Entretanto, Simon questionou a saída de Nelson Jobim do Ministério da Defesa. Para o senador, a presidente Dilma "agiu açodadamente" nesse caso. Simon elogiou a capacidade do ex-ministro e afirmou que Jobim exerceu de maneira competente todos os cargos que ocupou nos governos Fernando Henrique, Lula e Dilma. Ele acredita que Dilma agiu de maneira precipitada, pois, em sua opinião, Jobim não cometeu erros graves. O senador sugeriu também que Dilma tenha mais "jogo de cintura" daqui para frente.
Em apartes, os senadores Paulo Paim (PT-RS), Blairo Maggi (PR-MT) e Pedro Taques (PDT-MT) apoiaram e concordaram com o pronunciamento do colega gaúcho.
Para Paim, ao desejar que a presidente tenha um bom mandato no que se refere ao combate à corrupção, Simon está defendendo o país.
Maggi disse esperar que a presidente da República aja da mesma maneira com as denúncias contra a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) como agiu frente às denúncias contra o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
- A atitude deve ser a mesma; a atitude que foi tomada no Dnit deve ser tomada na Conab. Presidente Dilma, continue no rumo e no ritmo em que a senhora está. Não estou criticando, mas também não posso aceitar dois pesos e duas medidas. Não é porque é o PMDB, o maior partido da Casa, que tem de ter um tratamento diferenciado. O que foi feito no Ministério dos Transportes deve ser feito no Ministério da Agricultura, como deve ser feito em qualquer outro ministério em que apareça denúncias - declarou Maggi.
Pedro Taques também disse apoiar a "faxina" que a presidente da República estaria promovendo em ministérios e outros órgãos.
- Não interessa o partido; porque partido não comete crime, quem comete crime, quem comete mal feito são as pessoas que fazem parte do partido. A causa de tudo isso é o verdadeiro aparelhamento do Estado por partidos políticos - afirmou Pedro Taques.
08/08/2011
Agência Senado
Artigos Relacionados
Demóstenes admite trocar convocação por convite a Dilma se a ministra tiver data agendada para vir ao Senado
Governo manterá pagamento de parcelas do Garantia Safra enquanto tiver seca, diz Dilma
Simon pede que CPI investigue "sem restrições"
Simon lamenta que Congresso não investigue irregularidades na venda de estatais
Simon quer que Conselho de Ética investigue comportamento de integrantes da CPI do Cachoeira
Pedro Simon: CPI é oportunidade para investigar corruptores