Simon propõe moção de solidariedade a embaixador



A pedido do senador Pedro Simon (PMDB-RS), a Mesa do Senado, a exemplo do que fez a Câmara, apresentará moção de solidariedade ao embaixador José Maurício Bustani, diretor-geral da Organização para a Proscrição de Armas Químicas (Opaq), órgão das Nações Unidas. Os Estados Unidos tentam destituir o brasileiro do cargo, alegando má gestão. Na visão do senador Simon, na verdade, a posição dos norte-americanos é uma reação à decisão do embaixador de que os próprios Estados Unidos sejam fiscalizados pela Opaq.

Simon elogiou o trabalho de Bustani à frente da organização. "Quando o nosso embaixador assumiu a entidade, ela tinha 35 países que dela faziam parte. Hoje, são 145", disse. Ele lembrou que Bustani foi reeleito por unanimidade e que tem ainda mais três anos de mandato.

Para o senador, outro motivo de insatisfação dos Estados Unidos com o diplomata brasileiro seria a intenção de Bustani de incluir o Iraque como membro da Opaq. "Enquanto o americano quer ir para o bombardeio, para a luta, para o extermínio, o embaixador quer o diálogo, encontrar uma fórmula através da qual a entidade que ele preside receba o próprio Iraque e receba do Iraque a aceitação da fiscalização feita pela ONU. Esse é o crime que ele cometeu", afirmou o senador.

Na opinião de Simon, a diplomacia brasileira tem agido corretamente ao defender o embaixador. "Eu quero fazer justiça: o Itamaraty tomou providências positivas, tentando se contrapor aos americanos", afirmou. O senador criticou a prepotência dos Estados Unidos, que, segundo ele, agem como donos do mundo.

Simon recebeu o apoio dos senadores Carlos Patrocínio (PTB-TO), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Amir Lando (PMDB-RO) e Artur da Távola (PSDB-RJ), que, em apartes, também criticaram a postura dos Estados Unidos e defenderam o desagravo ao diretor da Opaq. Valadares pediu "solidariedade irrestrita ao embaixador José Maurício Bustani, que apenas cumpriu com o seu dever, exigindo que as instalações militares dos Estados Unidos sejam fiscalizadas". Lando afirmou que "está em jogo a dignidade nacional, a autonomia das nações".



22/03/2002

Agência Senado


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