Simon propõe que Mantega explique na CAE plano de governo contra a crise
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) poderá examinar nesta terça-feira (7) requerimento do senador Pedro Simon (PMDB-RS) sugerindo que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, exponha perante aquele colegiado os planos do governo para enfrentar os efeitos da crise global dos mercados financeiro e de capitais. Simon quer de Mantega uma avaliação das prováveis conseqüências para o Brasil dos abalos nos bancos dos Estados Unidos, Europa e Ásia e seus reflexos nas bolsas de valores do mundo inteiro.
- O Brasil está na expectativa das medidas. Como na terça já terão passado as eleições municipais e a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos já terá decidido sobre as medidas daquele país em relação à crise, importa saber o que o governo vai fazer para enfrentar o problema - argumentou Simon, que disse não estar satisfeito apenas com as notícias publicadas e as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No requerimento, o senador chama a atenção para a necessidade de se debater especificamente com o ministro os mecanismos de salvaguardas e garantias da estabilidade do sistema financeiro nacional. "É fato notório o agravamento da crise que se abateu no sistema financeiro americano, alastrando-se para o mundo. De um grave comportamento especulativo que incidiu inicialmente sobre as transações no mercado imobiliário de baixa credibilidade e grande insolvência, o chamado subprime, progrediu-se dentro do sistema bancário e de investimentos norte-americanos, chegando a instituições de renome e confiabilidade", afirma Simon, na justificação do seu requerimento.
Na opinião do parlamentar, a extensão da crise para outros mercados - União Européia, Ásia, América Latina - faz crer no risco iminente do que ele chamou de "crise sistêmica global". Essa ameaça fez o governo dos Estados Unidos fechar, intervir e apoiar algumas instituições, além de enviar ao Congresso um pacote de capitalização do sistema, no valor de US$ 850 bilhões.
O senador adverte que, no Brasil, apesar das declarações das autoridades econômicas afirmando que o país conta com uma "blindagem" razoável e suficiente, já se verificaram perdas de US$ 3,5 bilhões, em razão do que ele classifica de "movimento caótico de capitais".
"Toda essa dinâmica nos permite avaliar, em prima face, que é imprescindível que este Congresso e a sociedade estejam cientes dos reais riscos e dos efetivos mecanismos de defesa de que dispomos. Por esse motivo, não pode tardar o pleno esclarecimento do ministro da Fazenda a esse colegiado", defende o senador, ao final do seu requerimento.
Nelson Oliveira / Agência Senado
03/10/2008
Agência Senado
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