SIMON PROVOCA DEBATE SOBRE FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CAMPANHAS



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) lamentou o posicionamento dos partidos aliados do governo que teriam decido, conforme noticiado nesta quarta-feira (dia 1º) pela imprensa, não apoiar a votação da proposta de instituição do financiamento público de campanhas eleitorais. Simon criticou especificamente o deputado Inocêncio Oliveira (PFL- PE), segundo o qual o financiamento público favoreceria o PT - pelas contas do deputado o partido levaria cerca de R$ 120 milhões.

- Se nós quisermos falar em ética e fim da corrupção, o primeiro passo é a campanha eleitoral - disse o senador, argumentando que o financiamento público é a saída para que se inicie o processo de construção da ética no país. Simon pediu que os líderes do PMDB, PSDB e PFL reveja a decisão.

O crescimento do PT, afirmou Simon, não justifica a decisão dos líderes partidários, porque o partido, diante do crescimento eleitoral, passará também a receber doações particulares cada vez maiores. Ele citou o caso do prefeito eleito de Caxias do Sul, do PT, que teria recebido contribuições de grandes empresas do município.

Em aparte, o senador Francelino Pereira (PFL-MG) pediu cuidado na análise do assunto, ressaltando que a opinião pública poderia ficar contra a destinação de cerca de R$ 8 bilhões para o financiamento de campanhas eleitorais. Simon (PMDB-RS) defendeu o debate com a sociedade sobre o financiamento público das campanhas eleitorais e admitiu que a opinião pública poderá achar exagerado a concessão de R$ 8 bilhões para financiamento do processo eleitoral, conforme estimativas do senador por Minas Gerais.

- No entanto, com o desvendar do processo que se verifica atualmente para financiar os pleitos eleitorais, a sociedade mudará de opinião - acredita Simon. Ele citou como exemplo a campanha de Fernando Collor, destacando que toda a corrupção que ocorreu em seu governo resultou da captação de recursos para o processo eleitoral.

Também em aparte, os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Roberto Requião (PMDB-PR) concordaram que a maior fonte de corrupção no país está no financiamento privado das campanhas eleitorais, gerador de compromissos a serem cumpridos pelos candidatos eleitos. Requião disse que o financiamento público - "uma espécie de enfermaria do INSS, todos terão recursos mínimos" - não evitará a busca de dinheiro junto a empresas privadas, à margem da legislação.

STF

No mesmo pronunciamento, Simon elogiou o presidente Fernando Henrique Cardoso pela escolha da juíza Ellen Gracie Northfleet para o Supremo Tribunal Federal. Ela será a primeira mulher nessa posição e ocupará a vaga do ministro aposentado Luiz Octavio Galloti. "Faltava isso no Supremo, pois as mulheres já vêm ocupando espaço em outros setores", afirmou.

Simon adiantou que deverá fazer na próxima terça-feira (dia 7) uma análise sobre a ética na política e a impunidade no país. Outro assunto que deverá ser abordado são os resultados das últimas eleições municipais.

01/11/2000

Agência Senado


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