SIMON QUESTIONA LOPES, MAS RESPOSTAS VIRÃO DEPOIS



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) questionou, nesta terça-feira (26), a lógica da política econômica do governo que taxa funcionários públicos ativos e inativos para obter R$ 4 bilhões durante 1999 e perde, em apenas alguns dias de janeiro, R$ 6 bilhões em reservas. "Há até quem diga que a taxação renderá apenas R$ 2 bilhões. Além disso, o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, declara que o Brasil perde o montante de um PIB, ou seja R$ 825 bilhões, em sonegação e renúncia fiscais", disse.O senador pelo Rio Grande do Sul formulou várias perguntas a Francisco Lopes, mas, como já se aproximava a hora marcada para o início da sessão plenária do Senado, 14h30, ele precisou se contentar com respostas por escrito, a serem enviadas posteriormente. "Assim que as receber, vou lê-las na íntegra, da tribuna, fazendo os devidos comentários", prometeu.Para Simon, não é verdade que todos os planos econômicos foram impostos à sociedade brasileira. "O Plano Real recebeu 45 emendas no Congresso e o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, aqui esteve pelo menos 15 vezes para debater com os congressistas cada uma delas. Agora, porém, o governo propõe, o FMI exige e o Congresso vota a prorrogação e o aumento da CPMF, bem como o projeto que penaliza os funcionários públicos, quase sem discussão", lamentou.O senador pelo Rio Grande do Sul disse que a sociedade brasileira está perdida diante de tantas opiniões díspares. "A Folha de S. Paulo, no domingo passado, apontava a centralização do câmbio como a melhor saída para a queda de juros e a retomada do crescimento. O economista Henrique Meirelles garantia que a mesma centralização representa suicídio econômico, trazendo moratória e falência do país. Em quem devemos acreditar?", perguntou.Pedro Simon indagou, ainda, se o governo resistirá à tentação de confiscar os ativos financeiros, em especial a poupança, como já se fez no Brasil. "Gostaria, também, de conhecer as cinco medidas econômicas que o governo não tomará, de jeito nenhum", perguntou a Francisco Lopes. E finalizou: "Estão propondo a privatização da Petrobrás, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Pergunto, então, como o Brasil traçará diretrizes econômicas sem estatais estratégicas, sem controle do sistema bancário e financeiro? Como vai pagar US$ 500 bilhões em dívidas? Indago, ainda, ao presidente do BC se é favorável à quarentena (período durante o qual os ex-presidentes e diretores do BC devem ficar fora do mercado financeiro)".

26/01/1999

Agência Senado


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