Simon reafirma candidatura à Presidência e defende afastamento do PMDB do governo
Simon, que relatou ter recusado duas vezes ser o candidato do PMDB à Presidência -, considera que hoje, aos 71 anos, tem uma biografia que o credencia para o cargo. Lançado pelo PMDB do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, Simon avaliou que agora não era o caso de resistir. "A oportunidade apareceu e tenho coragem para enfrentá-la", disse, anunciando que, na convenção e na campanha eleitoral, apresentará proposta de governo "diferente do que está aí, totalmente diferente". Como presidente, Simon antecipou que se cercará de pessoas competentes e que seu governo não terá cota de amigos, apontando dois nomes que gostaria de ver próximos a ele: o senador José Alencar (PMDB-MG), como ministro da Fazenda, e a senadora Marina Silva (PT-AC).
- Jamais serei um governo de centro-direita. Nisso me diferenciarei radicalmente de Fernando Henrique Cardoso, que, embora sendo social democrata, fez um governo absolutamente neoliberal - declarou Simon, acrescentando que até poderá respeitar o Fundo Monetário Internacional (FMI) e os compromissos firmados em torno da dívida externa, mas que sempre colocará na balança, para tomar suas decisões, a fome, a miséria e as injustiças "para as quais temos de dar uma resposta".
Quanto ao fato de não estar bem cotado nas pesquisas nem receber a atenção da mídia de que outros presidenciáveis dispõem, Simon afirmou que os oito minutos diários a que o PMDB terá direito na TV e no rádio são suficientes para mudar a situação. Assim aconteceu com Fernando Henrique Cardoso e Fernando Collor, que iniciaram suas campanhas com menos de 2% de intenção de votos, lembrou.
Aos jornalistas que, segundo disse, o tratam com deboche, dizendo que a candidatura do governador mineiro Itamar Franco seria de oposição e a de Simon "de mentirinha", o senador assegurou: "Minha candidatura é séria. Nunca regateei o que penso e o que defendo".
Em aparte, os senadores Leomar Quintanilha (PPB-TO) e Lauro Campos destacaram que a biografia de Simon, por si só, autoriza-o a disputar legitimamente o cargo de presidente da República. Marina Silva, por sua vez, avaliou que a candidatura de Simon deve ser encarada não como "desejo" ou "vontade" do senador, motivações muitas vezes de natureza individualista, personalista ou narcisista. À candidatura de Simon caberia a palavra "propósito", disse ela, pois "os propósitos são grandiosos".
10/08/2001
Agência Senado
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