Simon registra decisão do Grupo do Rio de permitir ingresso de Cuba na organização



Matéria retificada às 14h55

Na sessão especial que homenageou, nesta quarta-feira (17), os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) registrou como "muito importante" a decisão tomada na terça-feira (16) pelos 18 países latino-americanos que formam o Grupo do Rio de permitir o ingresso de Cuba na organização. Essa resolução foi tomada durante reunião da Cúpula da América Latina e do Caribe na Costa do Sauípe (BA).

Simon disse ainda esperar que o novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, atenda ao pedido de movimento internacional no sentido de que seu primeiro ato seja o fechamento da penitenciária de Guantánamo. Essa prisão está localizada em território americano em Cuba e lá estão detidos prisioneiros do mundo inteiro, acusados da prática de terrorismo. Para o senador, o presídio é "a maior chaga da humanidade com relação à falta dos direitos humanos; a maior vergonha da humanidade".

Em seu pronunciamento, Simon também criticou a análise, pelo Congresso norte-americano, de medida urgente destinada a liberar US$ 1,7 trilhão para o sistema financeiro. O senador destacou que com um terço dessa quantia o problema da fome no mundo inteiro poderia ser resolvido.

Feriado

Também o senador Paulo Paim (PT-RS) subiu à tribuna na sessão especial para lembrar que, apesar de o processo democrático ter trazido ao Brasil muitos avanços na área dos direitos humanos, ainda há muito a fazer. Ele ressaltou que ainda persistem barbáries contra crianças, mulheres, idosos, índios e negros, bem como discriminações em razão de orientação sexual.

O senador defendeu que o dia 10 de dezembro seja transformado em feriado internacional em defesa da qualidade de vida. Nessa data, sugeriu Paim, seriam debatidos temas como a erradicação da fome no mundo, a questão da moradia, da humanização de presídios, da previdência social para todos e de trabalho com salário justo.

- Que bonito seria se pessoas das mais diversas origens, culturas, etnias e religiões debatessem e trocassem idéias que apontassem para a construção de um mundo melhor para todos - disse Paim.

Já o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) destacou que basta ver a situação das penitenciárias brasileiras para se ter a certeza de que os direitos humanos não estão sendo respeitados.

O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) fez questão de lembrar a figura de Jesus Cristo que, segundo ele, é "a primeira voz e o primeiro exemplo maior e eterno". Na opinião de Crivella, se as pessoas cumprissem o ensinamento de Jesus em relação ao amor, não haveria necessidade de se falar em tortura e em violação aos direitos humanos.



17/12/2008

Agência Senado


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