Simon ressalta trajetória de gaúchos rumo ao Mato Grosso



O senador Pedro Simon (PMDB-RS), em discurso nesta quinta-feira (11), deu continuidade à série de pronunciamentos que vem fazendo a respeito da "diáspora" dos sul-rio-grandenses - desta vez registrando a migração para o estado do Mato Grosso, iniciada há pouco mais de três décadas, em busca de uma nova "fronteira agrícola". O parlamentar discorrera, durante o ano, sobre a presença de gaúchos em estados como Santa Catarina, Paraná, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão.

- Essa história renderia um filme épico - opinou.

Em busca de mais chances para incrementar a produção, os pioneiros gaúchos deixaram seu estado e se dirigiram a Mato Grosso, principalmente para as cidades de Primavera do Leste, Campo Verde e Rondonópolis, como explicou o senador. Lá, encontraram terra mais em conta e, assim, puderam comprar propriedades mais extensas e investir, mecanizar lavouras e obter mais rendimentos, ainda que tenham sofrido bastante com o isolamento geográfico, as doenças e falta de infra-estrutura inicial. Hoje, o estado conta com cem mil sul-rio-grandenses, informou.

- Os imigrantes gaúchos foram responsáveis pela atual conformação econômica do estado, principalmente na área agrícola - disse.

Os Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) em Mato Grosso e em todo o país, segundo o senador, mantiveram viva a memória dos pioneiros, ao mesmo tempo em que, "com trabalho árduo e amplo conhecimento de agricultura, transformaram em celeiros" os estados aos quais chegaram. Mato Grosso tem hoje o maior rebanho do Brasil, com 27 milhões de cabeças de gado e produz 22 milhões de toneladas de grãos na safra de 2005/2006. A agricultura brasileira, "altamente eficiente e competitiva" é responsável por 80% do superávit brasileiro, informou o senador.

Além da agricultura, os migrantes gaúchos também fazem história em segmentos como a política, explicou Simon. Dois integrantes do Senado eleitos pelo Mato Grosso são gaúchos: Serys Slhessarenko (PT-MT) e Gilberto Goellner (DEM-MT). O atual governador do estado, Blairo Maggi, também é gaúcho. Senadores eleitos por outros estados também são gaúchos, como Neuto de Conto (PMDB-SC), Raimundo Colombo (DEM-SC) e seu suplente, Casildo Maldaner (PMDB-SC).

Nas últimas eleições, acrescentou, por todo o Brasil, 458 gaúchos concorreram aos cargos de prefeito e vice em municípios de 22 estados brasileiros - menos Espírito Santo, Acre, Amapá e Sergipe -, e Mato Grosso foi o terceiro em número de postulantes: 66. No Paraná, o estado com mais gaúchos concorrendo, foram 145, e em Santa Catarina, 132.

- Esses números não mostram apenas a força eloqüente e a grande dispersão do povo sul-rio-grandense pelo solo brasileiro, mas especialmente a sua impressionante incorporação à vida política das terras que escolheram para viver - analisou.

Em aparte, a senadora Serys Slhessarenko ressaltou a hospitalidade do povo mato-grossense, que a recebeu, e o senador Gilberto Goellner felicitou o parlamentar pela lembrança da "epopéia". O senador João Pedro (PT-AM) também registrou a existência de um grande número de gaúchos em seu estado, o que também será objeto de discurso, como adiantou Pedro Simon.



11/12/2008

Agência Senado


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