Simon saúda pacto contra impunidade e pede julgamento rápido de políticos
A existência de um pacto no Judiciário contra a impunidade, revelada pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, foi saudada nesta quinta-feira (18) por Pedro Simon (PMDB-RS), que previu "uma nova forma de fazer política" em decorrência da prisão do governador licenciado do Distrito Federal, José Roberto Arruda. O senador considerou positiva a percepção da sociedade de que "ninguém ficará impune se praticar ato lesivo à população".
Simon defendeu julgamento rápido dos políticos envolvidos em denúncias de corrupção e cobrou mais eficiência do Estado na recuperação do dinheiro público desviado. Em discurso da tribuna, ele afirmou que há anos vem defendendo essas duas teses - agora também endossada pelo presidente da OAB - como instrumentos eficazes de moralização da atividade política.
A sugestão de Simon é de que ninguém deve tomar posse em cargo público com pendência na Justiça. Ele afirmou que, com isso, não antecipa condenações, mas apenas cobra prioridade dos tribunais no julgamento de "quem se propõe a manusear recursos que são de todos, principalmente de quem sofre a dor das filas dos hospitais".
- Quem é candidato e está sendo processado, que seja julgado! Que saia do último lugar da fila do arquivo do juiz, do promotor ou do delegado para ser julgado até a eleição. E, se por acaso não for julgado até a eleição, aqueles que se elegeram têm de ser julgados até a posse.
Recuperação
O senador disse que, no Brasil, "os bilhões da corrupção", se recuperados, são suficientes para acabar com as filas dos hospitais, combater o analfabetismo e reduzir "a insegurança que nos lança diariamente numa espécie de guerra civil não declarada".
- Se conseguíssemos recuperar pelo menos uma parte significativa desses recursos, teríamos muito menos fome, ou talvez nem sequer teríamos fome - afirmou.
Simon saudou o posicionamento da OAB pela ética na política De acordo com o senador, "a corrupção e a impunidade nos lançam numa espécie de túnel escuro e cinzento. A nossa esperança, agora reforçada, é de que mesmo lá no final haverá uma luz".
Constituinte
Simon observou que o Brasil é tão corrupto quanto a maioria dos países. A diferença, conforme explicou, é que em outros países os corruptos ricos ou importantes vão para a cadeia. No Brasil, a punição estaria restrita aos "ladrões de galinha". A recente prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, seria um sinal de mudança nesse quadro.
- Sinto que vivemos um momento em que podemos mudar isso - afirmou, defendendo a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte com a missão exclusiva de fazer mudanças nas áreas política e econômica.
18/02/2010
Agência Senado
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