SIMON PEDE DESAFORAMENTO DO JULGAMENTO DE RAINHA
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) fez um apelo hoje (19) para que os advogados de defesa peçam o desaforamento, para Vitória, do processo do líder dos sem-terra, José Rainha, com vistas ao segundo júri. Na opinião do senador, a transferência do julgamento de Rainha, do município de Pedro Canário (ES), para a capital, proporcionaria um julgamento dentro de um clima de serenidade e tranqüilidade e não de paixão.
Simon disse que não entendeu porque o juiz da cidade de Pedro Canário ou o Tribunal de Justiça do Espírito Santo não desaforaram esse processo antes do primeiro julgamento, que resultou na condenação de Rainha a 26 anos.
- Li a sentença do juiz. Nessa sentença, vi o juiz condenando o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, que é o direito dele. No entanto, não era o MST que estava sendo julgado naquele momento. Estava sendo julgado o assassinato covarde, e pelas costas, de um proprietário de terras e de um policial - afirmou.
Pedro Simon considerou que também "não foram felizes" as manifestações dos líderes da Oposição, dos líderes dos trabalhadores sem-terra a favor de José Rainha durante o seu julgamento na cidade de Pedra Canário. Essas manifestações, na opinião de Simon, mobilizou, radicalizou, apaixonou ainda mais as discussões sobre o julgamento.
O senador destacou declaração do líder José Rainha de que é inocente da acusação de assassinato, assinalando que duas testemunhas, entre elas um integrante da Políciade Fortaleza, informaram tê-lo vistono interior do Ceará, no dia do crime, durante manifestações dos sem-terra.
Em aparte, o senador Geral Melo (PSDB-RGN) disse que a Justiça Comum é um instrumento fundamental para a democracia e, com todos os seus defeitos, precisa ser defendida por todos nós. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) elogiou "a ponderação e o equilíbrio" das palavras de Simon.19/06/1997
Agência Senado
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