Sindicalistas e oposicionistas fazem manifestação contra emenda alternativa à reforma da Previdência



Dezenas de dirigentes sindicalistas e senadores da oposição participaram na tarde desta quinta-feira (9), em uma das salas de reunião do Senado, de ato contra a emenda constitucional paralela sobre a reforma da Previdência, apresentada pelo relator da reforma previdenciária, senador Tião Viana (PT-AC). Também participaram da manifestação senadores do PT - Paulo Paim (RS), Serys Slhessarenko (MT) e Heloísa Helena (AL), esta em processo de expulsão do partido.

Em discurso aos manifestantes, o líder do PFL, senador José Agripino (RN), sustentou que -a reforma da Previdência no Senado virou o samba do crioulo doido-, por causa da emenda paralela. Disse que o texto dessa emenda alternativa -contém coisas que não foram negociadas com os líderes partidários e não incluiu coisas conversadas-. Ele disse ter desconfiança se o governo colocará mesmo em votação de urgência, na Câmara, a reforma paralela depois de aprovada e promulgada a reforma da Previdência.

O líder do PDT, senador Jefferson Péres (AM), taxou a emenda paralela de -esdrúxula- e disse nunca ter visto, em seus nove anos de Senado, o governo tomar esse caminho.

- Quem garante que essa emenda será votada pelos deputados? E se os deputados fizerem mudanças em seu texto? Nesse caso, ela voltaria ao Senado? Parece-me que isso pode virar um jogo de faz-de-conta - disse.

Já Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado, acusou o governo de -tentar fazer os senadores de ovelhas, procurando dividi-los para devorá-los-, numa referência às duas emendas que tratam de previdência. Observou que muitos senadores estão votando com o governo na esperança de ver aprovadas as mudanças que estão sendo incluídas na reforma paralela. E acrescentou: -Podemos até agir como ovelhas, mas não somos burros-.

Paulo Paim disse que a bancada do PT não se reuniu para deliberar sobre a apresentação da emenda paralela. Sustentou que o governo, -se quer aprovar a reforma da Previdência, deve enfrentar quem é contra no voto de Plenário-, e lembrou ter apresentado 21 emendas à reforma. Serys Slhessarenko, que apresentou 12 emendas, disse que assinou a emenda paralela pensando que se tratava de uma emenda comum à reforma tributária. Heloísa Helena criticou a reforma da Previdência porque, entre outras coisas, -nada faz para os 40 milhões de brasileiros que não têm acesso ao sistema previdenciário-.

Demostenes Torres (PFL-GO) anunciou aos manifestantes que estava apresentando requerimento pedindo a tramitação conjunta da reforma previdenciária com a emenda paralela, como prevê o artigo 258 do Regimento do Senado. Com isso, uma delas será aprovada e a outra considerada prejudicada, explicou.



09/10/2003

Agência Senado


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