Sofia Dyminski autografa livro no estande do Senado na Bienal do Parará



O estande do Senado que funcionou até esse domingo (10) na Bienal do Livro do Paraná recebeu a visita de vários poloneses e seus descendentes no último sábado (9). Eles participaram do lançamento do livro Imigrantes Poloneses no Brasil em 1891, do Padre Zygmunt Chelmicki. A tradutora da obra, a artista plástica Sofia Dyminski, 91 anos, autografou diversos exemplares e transformou-se na estrela do evento.

VEJA MAIS

-Tia Sofia é uma das grandes pintoras que moram no Paraná. Esse livro foi, para ela, a realização de um sonho. Há vinte anos ela se empenha nessa tradução. Na época em que começou o trabalho, algumas pessoas a assustaram. Ameaçaram deportá-la para a Polônia se ela prosseguisse. Ela ficou apavorada, escondeu as anotações e parou. Quando eu e meu marido soubemos do assunto, a incentivamos para que continuasse - revelou a sobrinha de Sofia, Halina Dyminska Paul.

O marido de Halina, Luiz Gonzaga Paul, foi responsável pela revisão, editoração e coordenação geral do trabalho. Há cerca de sete anos, Sofia lhe entregou o livro traduzido, para revisão. Quando Luiz revisou um capítulo e meio, percebeu que estava reescrevendo o texto, ao invés de simplesmente corrigi-lo. Por achar que as frases não seguiam, em sua estrutura, a construção habitualmente usada no português, ele convidou Sofia para uma conversa.

- Dei um breque no meu trabalho porque tive a impressão de que estava efetivamente refazendo o que ela havia escrito. E não era essa a minha intenção. Fui sincero com Sofia. Disse que meu desejo era que o livro fosse realmente dela, e não meu. Minha revisão não podia ultrapassar certos limites e eu os estava ultrapassando. Pedi que ela fizesse uma revisão e me devolvesse o material. Mas ela refez todo o trabalho, datilografando com uma máquina de escrever antiga - relatou Luiz Gonzaga Paul.

Entre um autógrafo e outro, Sofia contou que interessou-se em traduzir o livro desde o instante que o encontrou na antiga biblioteca do seu pai. O livro foi adquirido quando a família passou a acalentar o desejo de imigrar para o Brasil. Como não conhecia nada do país - nem sequero clima ou o modo de vida - o chefe da família Dyminski comprou a obra do Padre Chelmicki num sebo.

Sofia descreveu que seu pai comprou aquele velho livro amarelado e levou para casa. Ela ficou vários anos sem ver a publicação, quando a encontrou, resolveu resgatar a história dos primeiros poloneses que trocaram o seu país pelo sonho de encontrar dias melhores no Brasil. A artista plástica naturalizada brasileira explicou que o livro de Zygmunt Chelmicki mostra a vida dos poloneses pioneiros como muito difícil.

- Os primeiros poloneses que chegaram foram verdadeiros sofredores. Eles não foram recebidos como visitantes, ou qualquer coisa parecida. A recepção foi totalmente diferente. Por isso achei que valia a pena traduzir. Para mostrar aos poloneses de hoje e aos seus descendentes que a vida não foi fácil para os que vieram antes de nós - afirmou Sofia Dyminski, que nasceu na Polônia em 1918, mudou-se para São Paulo em 1929 e para o Paraná em 1933.



11/10/2010

Agência Senado


Artigos Relacionados


ARTUR DA TÁVOLA AUTOGRAFA NO ESTANDE DO SENADO NA BIENAL

Ex-Miss Brasil autografa livro no estande do Senado

Estande do Senado é destaque na Bienal do Livro na Bahia

Jefferson Péres visita estande do Senado na Bienal do Livro

Presidente do STJ visita estande do Senado na Bienal do Livro da Bahia

Crivella lança livro e lota estande do Senado na Bienal do Rio