Sorgo desponta como alternativa para dieta sem glúten



No Brasil, seu potencial na alimentação humana ainda é desconhecido. Quem já ouviu dizer que o sorgo pode substituir o milho ou o trigo na maioria das receitas? Nichos específicos de consumidores – os celíacos, por exemplo – apostam no preparo de produtos feitos à base do sorgo pela ausência do glúten nesse cereal, proteína que pode desencadear intolerância ou reações alérgicas nessas pessoas. Atualmente o sorgo também tem sido reconhecido como rico em compostos bioativos, ou seja, capazes de afetar significativamente a saúde humana.

Em outras partes do mundo, particularmente na Ásia e na África, o cereal é parte da dieta alimentar. Segundo a pesquisadora Valéria Aparecida Vieira Queiroz, da área de Nutrição e Segurança Alimentar da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), mais de 500 milhões de pessoas nos países em desenvolvimento dependem do sorgo como principal fonte de energia. Esse cereal é usado em diferentes preparações incluindo pães, mingaus, cuscuz e tortilhas.

1% da população mundial

A doença celíaca atinge entre 1% e 2% da população mundial. Segundo a Federação Nacional das Associações de Celíacos no Brasil, somente no nosso País cerca de duas milhões de pessoas são celíacas, mas muitas não apresentam sintomas graves ou ainda não foram diagnosticadas. A doença afeta o intestino delgado e interfere na absorção de nutrientes essenciais ao organismo, como carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, sais minerais e água. O único tratamento é a dieta isenta de glúten por toda a vida.

Após o diagnóstico – muitas vezes difícil e confundido com uma série de outros distúrbios – o celíaco deve comprar alimentos em padarias ou supermercados que tenham local separado para produção de alimentos sem glúten.

Simpósio 

Nesse contexto, a Embrapa realiza, entre os dias 29 e 31 de outubro, em Minas Gerais, o primeiro simpósio sobre o uso do sorgo na alimentação humana. O evento é direcionado aos principais atores do processo de geração, pesquisa e transferência de tecnologia ligados à produção, comercialização e utilização dos grãos de sorgo, como pesquisadores, estudantes, produtores de sementes e de grãos, empresários de indústrias de alimentos e comerciantes de produtos sem glúten.

“Nosso principal objetivo é avaliar o processo e os potenciais impactos da inserção e adoção do uso do sorgo na alimentação humana, bem como propor estratégias que possam subsidiar decisões nos diversos níveis organizacionais”, relata a pesquisadora Valéria Queiroz, da comissão organizadora do evento.

A programação será disponibilizada em breve no site da Embrapa que trata especificamente do tema.

Objetivos específicos 

- Analisar os aspectos estratégicos, econômicos, tecnológicos e sociais da utilização dos grãos de sorgo na alimentação humana no Brasil;

- Integrar os principais atores do processo ligados à pesquisa, produção, comercialização e utilização dos grãos de sorgo como pesquisadores, estudantes, produtores de sementes e de grãos, empresários de indústrias de alimentos e comerciantes de produtos sem glúten.

- Discutir os principais resultados alcançados nos trabalhos realizados no tema até o momento;

- Avaliar os desafios relacionados à logística para adoção da prática e propor melhorias para o atual sistema;

- Analisar estratégias para garantir a disponibilidade do cereal no mercado, para uso na alimentação humana;

- Definir grupos de estudos para dar continuidade aos próximos trabalhos;

- Gerar e publicar um documento orientador, com base científica, baseado nos resultados do evento.

 

Fonte:
Embrapa



01/10/2013 18:23


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