SOZZA RECUSA-SE A RESPONDER PERGUNTAS NA CPI DO ROUBO DE CARGAS
William Sozza é acusado de envolvimento com quadrilhas de roubo de carga em estradas do país. Os parlamentares que integram a CPI explicaram a Sozza que, caso colaborasse nas investigações, poderia ser incluído no Programa de Proteção a Testemunhas, teria a família sob proteção e se beneficiaria com redução de até 1/3 da pena que lhe coubesse. O empresário também foi informado de que poderia ser enquadrado criminalmente por se recusar a responder aos parlamentares.
Após consultar o advogado que o defende, Sozza afirmou que se sentia acuado e disse que, quando depôs na CPI do Narcotráfico, foi execrado e muitas mentiras foram ditas sobre ele. "Acabaram com minha vida e minha família", disse. O empresário revelou que, quando foi preso, estava esperando a CPI do Narcotráfico encerrar os trabalhos e negociando (não disse com quem) para entregar-se no início do próximo ano. Ele disse que não fechava a possibilidade de vir a falar em outra oportunidade. "Eu vou colaborar com a CPI, mas não agora", acrescentou.
Por sugestão do deputado Moroni Torgan (PSDB-CE), a sessão tornou-se secreta, mas Sozza continuou mantendo a decisão de não falar. O presidente da CPI do Roubo de Cargas, senador Romeu Tuma (PFL-SP), convocou nova sessão para esta quinta-feira (dia 14), a partir das 9h, na sala 2 da Ala Nilo Coelho, quando retomará o depoimento de William Sozza e, se necessário, fará também uma acareação entre o empresário e Jorge Méres, que apontou Sozza empresário como sendo o chefe de uma quadrilha que operava a partir de Campinas (SP) no roubo de cargas e no narcotráfico.
13/12/2000
Agência Senado
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