Suassuna diz que renuncia ao mandato se houver provas que o incriminem
Em depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar nesta terça-feira (12), o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), citado no relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas por conduta incompatível com o decoro parlamentar, afirmou que não merece as acusações de que está sendo vítima e desafiou os parlamentares a apresentarem "provas concretas" que o incriminem. Nesse caso, garantiu que renunciaria ao mandato e à campanha pela reeleição.
Suassuna registrou que tem anos de mandato parlamentar e vários diplomas universitários e disse que não se conforma com a possibilidade de um simples bandido, referindo-se ao empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, pôr abaixo toda sua história com uma simples declaração.
- Eu renuncio a meu mandato aqui e agora e também a minha campanha na Paraíba se me apresentarem outra prova, a não ser a de um bandido que uma hora falou "eu acho que ele sabia" e outra hora disse "acho que ele não sabia". Eu não mereço tudo o que está acontecendo - desabafou Suassuna.
Afirmando ser inocente, Suassuna disse que desconhece os personagens da "máfia das ambulâncias" e que nenhum deles o conhece. O senador garantiu que nunca falou pessoalmente ou por telefone com a ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino ou com os empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, donos da empresa acusada de comandar o esquema de fraudes para a compra superfaturada de ambulâncias com utilização de emendas parlamentares ao Orçamento da União.
Suassuna depôs sem a assessoria de advogado e em reunião aberta. Ele estava acompanhado por sua ex-mulher, Tânia, e pelos três filhos - Rodrigo, Diego e Fabrício.
Prejuízos morais
O senador afirmou também que não fizeram nenhum depósito em conta de qualquer parente seu e que teve prejuízos morais e emocionais devido às acusações de que foi vítima.
- Apesar de todas as acusações e notícias que estão saindo nos jornais, estou à frente nas pesquisas na Paraíba. Mas, mesmo assim, minha família está sofrendo muito - afirmou o senador.
No início de seu depoimento, Suassuna disse que há 131 dias vem sendo massacrado por veículos de comunicação do país. Ele informou que ele próprio solicitou à Corregedoria do Senado que investigasse as acusações antes do início formal da apuração das denúncias e negou que tenha feito pressão junto ao partido para livrá-lo das investigações.
O parecer de Jefferson sobre a participação ou não de Suassuna na máfia das ambulâncias poderá ser apresentado, conforme anunciou o relator, na quarta-feira da próxima semana (20), caso o colegiado venha a se reunir naquela data.
12/09/2006
Agência Senado
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