Suassuna: faltam recursos mesmo com "imposto mais caro do mundo"
O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) protestou contra a falta de recursos que prejudica o funcionamento das Forças Armadas, das universidades e da segurança pública, ao mesmo tempo em que se cobra no país "os impostos mais caros do mundo". Em discurso pronunciado nesta terça-feira (6), o parlamentar lamentou a dispensa, por motivos financeiros, de 44 mil jovens que prestavam o serviço militar; a falta de dinheiro, nas universidades, até para consertar encanamentos, e a descoberta de 114 telefones celulares na penitenciária de Bangu I, 45 dias depois de uma revista pormenorizada no presídio, na qual foram encontrados celulares e armas.
- O que mais me causa espanto é os bandidos encomendarem foguetes e granadas, por telefone, de dentro da prisão - afirmou o parlamentar.
O representante paraibano no Senado disse que os celulares nos presídios e a tecnologia disponível atualmente para os bandidos não são, porém, os principais sinais da sofisticação do crime no país. Segundo Suassuna, o que mais demonstra essa sofisticação são os crimes financeiros. Ele afirmou que bancos importantes fizeram operações mútuas de compra de dólar para forçar a alta da moeda americana, ganhando milhões.
- Quem são os ganhadores de sempre na supervalorização do dólar? - perguntou o senador, manifestando sua intenção de encaminhar um requerimento ao Banco Central solicitando informações sobre quais bancos mais tiveram lucros com a desvalorização do real.
Em aparte, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) lamentou que o governo, em vez de reduzir os impostos para os alimentos, beneficiando os 54 milhões de brasileiros que vivem abaixo do nível de pobreza, o fez para os automóveis, com vantagens apenas para a já beneficiada indústria automobilística. Em outro aparte, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) alertou que várias operações de segurança foram interrompidas por falta de recursos. Por sua vez, o senador Geraldo Cândido (PT-RJ) lamentou os cortes de despesas previstas no orçamento, que acarretaram até dispensa de servidores.
06/08/2002
Agência Senado
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