SUASSUNA FAZ APELO AO GOVERNO PELA REDUÇÃO D AS DISPARIDADES REGIONAIS



Alertando para o perigo da desagregação social, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) fez um apelo nesta terça-feira (dia 27) ao governo para que não esqueça seus compromissos, inscritos na Constituição, de atuar para reduzir as disparidades regionais. Para o senador, é necessário um ajuste dos projetos econômicos, buscando detectar onde estão as fragilidades e as potencialidades de cada região. Segundo sua sugestão, a partir desse diagnóstico, deve-se "criar programas que possibilitem o resgate dessas economias antes de sua inserção no mercado mundial, já que precisam se consolidar no próprio mercado nacional".O senador referiu-se a matéria do Correio Braziliense, de 18 de abril, em que se noticia a extrema dependência de 3.100 municípios brasileiros em relação à Previdência Social, isto é, 57,3% de 5.500 pesquisados. "Os idosos, nessas cidades, segundo o Correio, são tão importantes quanto o delegado, o padre, o juiz, pois dos primeiros depende o comércio e a economia local, disse Suassuna. Segundo a reportagem, "o valor dos benefícios pagos a aposentados é maior do que o próprio Fundo de Participação do Município (FPM), mecanismo pelo qual se distribui o dinheiro dos impostos", citou. Suassuna advertiu que o fenômeno não ocorre apenas em estados do Nordeste, mas também no Sul e Sudeste.O senador reclamou que o Banco do Brasil tem reduzido seus investimentos, de US$ 4,6 bilhões em 1990 para US$ 1,3 bilhão, em 1995, concentrando-os no Sul, em detrimento de todas as outras regiões. O mesmo ocorre com a CEF, segundo o senador, que reduziu seus investimentos de US$ 3,7 bilhões, em 1990, para US$ 800 milhões, em 1994, privilegiando o Sudeste. Suassuna disse que o BNDES, embora tenha aumentado seus investimentos de US$ 3,8 bilhões para US$ 9,7 bilhões, manteve a discriminação regional. "Se em 1991 a proporção era de 24% de investimentos para o Nordeste e 42% para o Sudeste, em 1995 essa proporção diminuiu para 15% no caso do primeiro, mas subiu para 49% no caso do segundo".Ney Suassuna se perguntou como fica um estado como o da Paraíba, por exemplo num contexto como esse? Ele informou que um estudo do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene) aponta uma "involução" da economia paraibana entre os anos de 1960 e 1992. Para evidenciar esse processo de desigualdades regionais, o senador lembrou que o estado ocupa o 24º lugar em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano (1996), e no Mapa da Fome III, do Ipea (1993), 147 municípios, dos seus 171, estão na faixa de 55% de famílias de indigentes.

27/04/1999

Agência Senado


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