Suassuna faz defesa da viagem de Lula ao Oriente Médio
O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) defendeu nesta segunda-feira (15) a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Oriente Médio, cuja comitiva integrou. Ele disse que as críticas da imprensa são -miopia política de quem pensa diferente- e refletem a -psicologia do colonizado-. Suassuna ressaltou que nas viagens internacionais o presidente da República tem buscado espaço político e comercial no cenário mundial.
- Cada viagem é uma oportunidade de aproximação. Ninguém ama quem não conhece - afirmou, rebatendo também as críticas de que Lula visitou países com regimes ditatoriais.
Suassuna disse que, naquela região, com exceção do Líbano, -não há país que não seja ditatorial-, acrescentando que -é o costume da região-.
- É preciso procurar entender a situação dos outros. Americanos, ingleses e italianos estão lá vendendo muito para as ditaduras e não nos querem junto com eles. É falta de visão e de sensibilidade desprezar uma região com esse potencial - afirmou.
O senador exaltou o contrato fechado entre uma empresa paulista e o governo da Síria para a construção de uma refinaria de açúcar, no valor de US$ 270 milhões. O contrato, disse, vai garantir o monopólio da comercialização do produto naquela região.
O senador destacou ainda o sistema bancário do Líbano, com US$ 300 bilhões, e o turismo nos Emirados Árabes.
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC), em aparte, disse estar aborrecida com matérias negativas publicadas por revistas semanais, que classificaram a viagem presidencial como uma -turnê pelas ditaduras-. Para ela, essa avaliação retira qualquer significado da viagem. Ela lembrou que, após o atentado de 11 de setembro, os investidores árabes estão retirando seus investimentos dos Estados Unidos e precisam de outro lugar para aplicar esses recursos. Ideli afirmou que a viagem de Lula fez uma ponte até esses recursos, que poderão financiar importantes obras de infra-estrutura para a integração da América Latina.
15/12/2003
Agência Senado
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