Suassuna rebate denúncias de cobrança de propina
O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) rebateu nesta terça-feira (21) em plenário as acusações - publicadas por alguns órgãos de imprensa - de ter cobrado propina para liberação de verbas, no período em que ocupou o Ministério da Integração Nacional. "Durante minha gestão, sempre fiz questão de transparência nos gastos. Todas as ações do ministério foram, e continuam sendo, acessíveis através da Internet", garantiu o senador.
Suassuna procurou esclarecer a natureza das suas relações com o empresário José Eliseo Ferreira Júnior, detido com uma mala contendo R$ 100 mil, dinheiro que seria parte da suposta propina. O senador divulgou carta do acusado, acompanhada de extratos bancários, afirmando que o dinheiro lhe pertencia legalmente e estava sendo transportado de uma agência bancária para outra.
- É verdade que conheço Eliseo há 17 anos. É também verdade que ele me presta serviços de seguros e acompanhamento de contratos comerciais e outras atividades empresariais. Isso é tudo - afirmou o senador, que prometeu agir caso o empresário tenha usado seu nome indevidamente.
Suassuna lamentou os danos morais que as matérias sobre o assunto estariam trazendo ao seu nome e à sua candidatura ao governo da Paraíba. "De repente, sem que seja exibida qualquer prova, temos uma carreira política manchada, uma família ferida. Estou indignado, revoltado", ressaltou.
O senador fez questão de lembrar que, "apesar de ser uma pessoa simples, sem afetação", é proprietário de patrimônio expressivo, conseguido na área empresarial. "Quando cheguei ao Senado já era um empresário realizado e, naqueles primeiros meses de mandato, vendi 140 apartamentos construídos por uma de minhas empresas" relembrou. Para ele, sua situação econômico-financeira torna sem sentido a acusação de ter exigido R$ 100 mil para comprar um apartamento.
Mencionando as liberações de verbas citadas pela imprensa, o senador afirmou que todas foram feitas dentro dos padrões de normalidade e legalidade. "Não escolhi entre os beneficiários parlamentares do meu partido ou de outro. Quem chegou ao ministério foi atendido, em conformidade com as quotas que o governo determina", disse.
Providências O senador pela Paraíba pediu providências ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, à Polícia Federal e ao Ministério Público para se inteirar de todos os detalhes do caso, em especial das acusações envolvendo seu nome. "Fico esperando e vou cobrar as respostas. Podem investigar minha vida inteira, nada tenho a esconder", assegurou.
Suassuna lamentou que acusações sejam como "papel picado atirado ao vento": nunca mais será possível juntar todos os pedaços. Da mesma maneira, segundo ele, seria impossível esclarecer a verdade de modo a atingir todos aqueles que ficaram sabendo das denúncias.
Ele afirmou não culpar os repórteres que escreveram a suposta propina, por saber que eles são obrigados a "produzir matérias sensacionalistas", a intervalos regulares, para manter seus empregos. "Culpo o sistema que está montado para valorizar escândalos e publicá-los, sem a devida cautela de apurar, primeiro, a procedência das acusações", concluiu Ney Suassuna.
21/05/2002
Agência Senado
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