Suassuna recebe documentos da Corregedoria



A pedido do presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), a Mesa Diretora enviou no final da tarde desta última quinta-feira (14) ao senador Ney Suassuna (PMDB-PB) toda a documentação referente à investigação realizada pela Corregedoria da Casa com relação à máfia das ambulâncias. A providência foi tomada para atender solicitação do senador Jefferson Péres (PDT-AM), relator do processo disciplinar contra Suassuna, para que este pudesse ser informado oficialmente das declarações de sua ex-chefe de gabinete, Mônica Mucury Teixeira, de que jamais tinha falsificado qualquer assinatura de Suassuna sem o conhecimento do senador.

Em sua defesa perante o Conselho de Ética na última terça-feira (12), Suassuna reconheceu que sua ex-chefe de gabinete havia falsificado, em seu nome, um ofício enviado ao Ministério da Saúde para mudar a destinação de recursos extra-orçamentários da Paraíba para uma instituição do Rio de Janeiro. Disse, no entanto, o parlamentar pela Paraíba, que não sabia da existência do documento e de sua falsificação. Suassuna afirmou também que sua funcionária apenas o havia assinado porque Marcelo Cardoso Carvalho, um ex-assessor do gabinete que vem sendo citado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas como envolvido com a máfia das ambulâncias, havia dito que o senador não só tinha conhecimento do ofício, mas também havia pedido urgência no seu encaminhamento ao ministério.

Suassuna é um dos três senadores que estão sendo investigados pelo Conselho de Ética porque tiveram seus nomes citados no relatório parcial da CPI Mista dos Sanguessugas por conduta incompatível com o decoro parlamentar. O esquema de fraudes foi criado para comprar ambulâncias a preços superfaturados com recursos do Orçamento da União. Os outros dois senadores são Magno Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT).

Em entrevista à Agência Senado nesta sexta-feira (15), Jefferson Péres afirmou que com o encaminhamento dos documentos relativos à investigação da Corregedoria, Suassuna passa a tomar conhecimento oficialmente das declarações de sua ex-funcionária, como determina o Código de Processo Penal (CPP).

- Está cumprida minha obrigação conforme o Código de Processo Penal. Agora, cabe a ele (Suassuna) fazer o que quiser. Ele pode enviar uma defesa por escrito, dirigir-se pessoalmente a mim ou ao presidente do Conselho (de Ética) ou também silenciar. O importante já foi feito - esclareceu Jefferson, que marcou para a próxima quarta-feira (20), às 10 h, a apresentação do seu relatório sobre o caso.

Adiamento

Questionado sobre um possível adiamento da apresentação do seu relatório sobre o processo disciplinar, Jefferson não descartou a possibilidade, mas afirmou que apenas tomará uma decisão nesse sentido caso haja motivo relevante que a justifique.

Para o presidente do Conselho de Ética, caso seja solicitado um adiamento da votação do relatório do caso de Suassuna, dificilmente vai haver quórum para deliberar sobre o assunto antes das eleições marcadas para 1º de outubro.

- Quarta-feira já será dia 20. Se houver adiamento, terei que fazer uma nova convocação (dos membros do conselho) para a semana seguinte, na terça (26) ou quarta (27). Quem é que pode comparecer? - questionou João Alberto, referindo-se ao fato de que a maioria dos senadores está em campanha nos seus respectivos estados.

A assessoria de imprensa de Suassuna informou que a assessoria parlamentar do gabinete já está analisando os documentos para avaliar se cabe algum tipo de complemento na defesa já apresentada pelo parlamentar pela Paraíba.



15/09/2006

Agência Senado


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