Suassuna: "sinto-me injustiçado e envolvido numa situação kafkiana"
O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) voltou a se defender, nesta quarta-feira (9), da acusação de ter participado do esquema de desvio de recursos públicos pela compra de ambulâncias superfaturadas, que está sendo investigado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas. Suassuna disse ter enviado ofício ao relator da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO), em que apresenta documentos e razões que o inocentariam das acusações.
O senador também reclamou da dificuldade imposta pela CPI para que tivesse acesso aos depoimentos prestados por seus ex-assessores e pelo dono da empresa Planam, Luiz Antônio Vedoin, bem como do vazamento de documentos para a imprensa, os quais já havia solicitado anteriormente.
- Sinto-me injustiçado e envolvido numa situação kafkiana. A imprensa noticiou que depósitos foram feitos na conta de um genro meu. Eu não tenho filha, só tenho filhos - afirmou.
O senador disse que ofícios de encaminhamento de emendas têm assinaturas falsificadas e que uma funcionária do seu gabinete revelou em carta que redigiu alguns desses ofícios e se dispôs a depor e conceder entrevista coletiva à imprensa. Suassuna ainda disse ter encaminhado em 5 de junho um ofício ao corregedor-geral do Senado, senador Romeu Tuma (PFL-SP), para ser ouvido.
Romeu Tuma disse, em aparte, que "a pressão" de Suassuna para ser ouvido, inverte a ordem da investigação e explicou que, nessa linha, a vez dele é a última, pois poderia ter conhecimento de todo o processo, tudo o que disseram, todos os documentos apresentados, e se pronunciar.
- O direito de defesa é um princípio universal e garantido a qualquer pessoa. No momento certo, Vossa Excelência poderá fazê-lo - afirmou.
O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) disse que, por ser integrante da CPI dos Sanguessugas, não poderia adiantar o seu voto para o parecer do relator, que será apresentado nesta quinta-feira (10).
- Mas, se tivesse feito lá na CPI a defesa que fez agora, seria muito difícil votar contra Vossa Excelência - assegurou.09/08/2006
Agência Senado
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