Sucessão começa a tomar forma








Sucessão começa a tomar forma
OPT encerrou ontem o seu 12 Encontro Nacional, em Olinda, confirmando que o mais provável candidato do partido à Presidência da República em 2002 é Luiz Inácio Lula da Silva. Lula, que não quis incluir seu nome nas prévias de março e acabou tendo a inscrição feita por 80,2% dos integrantes do diretório nacional do partido, aceitou enfrentar sua quarta candidatura. E com muito otimismo.

— Pela primeira vez na história deste país temos chance real e concreta de ganharmos a eleição para presidente e elegermos um grande número de governadores e de deputados federais e estaduais. É importante que se tenha clareza de que possivelmente não nos será dada outra oportunidade — disse Lula.

No encerramento do encontro, que desde sexta-feira discutiu as diretrizes do programa de governo do PT, Lula advertiu que é preciso pensar numa política de alianças.

— Penso que precisamos fazer um esforço maior do que já fizemos, abrir nossa cabeça, nosso coração para, quando discutirmos política de alianças nos estados, não botarmos muitas vezes a predisposição de ser contra qualquer coisa — alertou.

PSDB quer evitar confrontos
Já a direção do PSDB se reúne quarta-feira para bater o martelo em relação à data da pré-convenção que escolherá o candidato tucano à sucessão presidencial. A preocupação da cúpula do partido é evitar a todo custo um confronto entre o ministro da Saúde, José Serra, e o governador do Ceará, Tasso Jereissati. Como Serra está mais bem posicionado nas pesquisas e tem um número maior de aliados — conforme mostrou pesquisa do GLOBO com a bancada do PSDB no Congresso — a cúpula do partido espera que o governador desista de sua candidatura nos próximos dias.

— Prefiro não falar em nomes, mas estamos conversando para buscar a união. É tudo o que queremos. Não se entra numa pré-convenção sem saber o resultado — disse o secretário-geral do partido, deputado Márcio Fortes (RJ).

A pré-convenção será em 16 ou 23 de fevereiro. Até lá, o desafio dos tucanos é consolidar a maioria de Serra e ao mesmo tempo garantir que Tasso não partirá para uma dissidência. O ministro disse a seus interlocutores que, tão logo a pré-convenção seja marcada, ele anunciará o data de sua saída do governo.

Na quarta-feira, o presidente Fernando Henrique promove um jantar no Palácio da Alvorada com a cúpula do partido. Além do presidente do PSDB, José Aníbal, participam do encontro os seis governadores: Tasso, Albano Franco (Sergipe), Dante de Oliveira (Mato Grosso), Almir Gabriel (Pará), Geraldo Alckmin (São Paulo) e Marconi Perillo (Goiás). Serra e os ministros Paulo Renato (Educação), Artur Virgílio (Secretaria Geral) e Pimenta da Veiga (Comunicações) também foram convidados. O principal objetivo é selar a paz entre os pré-candidatos.

Lula pede a Dirceu que procure Brizola
O presidente de honra do PT afirmou ainda que o partido tem que ser generoso ao fazer as alianças que vão abrir palanques para ele nos estados, e, além disso, numa eventual vitória, garantam condições de governabilidade.

— Precisamos ser generosos como o boxeador que nocauteia o outro, pára de bater quando o adversário cai e vai abraçá-lo.

Lula disse ao presidente do partido, José Dirceu, que gostaria de vê-lo conversando com Leonel Brizola (PDT), um dos mais fervorosos críticos do PT.

—- E se precisar vou junto para mostrar que somos generosos e queremos construir uma política de alianças nesse país. E dizer que um homem que tem a biografia do Brizola não pode jogá-la fora, no fim da sua vida, fazendo críticas a quem ele deveria elogiar, batendo em quem ele deveria apoiar — disse, atribuindo o ressentimento do ex-governador do Rio à filiação de pedetistas ao PT, entre os quais o filho de Brizola.

— É preciso que alguém convença o Brizola de que a relação dele com o filho dele é biológica e não ideológica e que nós temos a oportunidade de concretizar o sonho que ele carrega há mais de 50 anos — comentou, citando o ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes (PSB), que dos 85 anos de vida, comemorados na sexta-feira, passou quase 60 “brigando” para que a esquerda chegue ao poder.

“Política com a cabeça”
Lula citou os setores do PMDB que apóiam o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, e o PPS do senador Roberto Freire — com quem revelou que terá encontros em breve — como os próximos alvos para alianças:

— Precisamos conversar com todos, sem distinção. Muitas vezes a gente torce o nariz, mas não podemos fazer política com o estômago e sim com a cabeça.

Assegurando estar vivendo o “momento mais tranqüilo da vida”, Lula afirmou que não se inscreveu na prévia do PT que vai eleger o candidato a presidente por “frescura ou para fazer charminho”.

— Vocês me escolheram três vezes. Eu não queria ser candidato sem que houvesse vontade do partido — disse, elogiando em seguida o senador Eduardo Suplicy, com quem disputará a prévia.

Lembrando da declaração feita na semana passada, de que não moveria uma palha para ser candidato, Lula disse que a situação mudou:

— Agora, moverei um palheiro inteiro e não só uma agulha, para ganhar a eleição — afirmou.

Lula comentou também a situação de seus possíveis adversários, reafirmando que o crescimento nas pesquisas da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), “é problema do José Serra”.

— Mas a partir da escolha do candidato do PT, ela poderá ser problema nosso e nós saberemos como enfrentá-la. É um dado novo no cenário político de 2002 que nós não tínhamos previsão. O problema é muito mais do Fernando Henrique Cardoso do que nosso porque seu candidato parece que tem chumbada no pé, não consegue subir, e o PFL, que começou com a brincadeira de indicar Roseana de vice, está conquistando o direito de fazer o presidente engolir a Roseana.


PSDB se reúne para marcar pré-convenção
BRASÍLIA. A direção do PSDB se reúne amanhã para bater o martelo em relação à data da pré-convenção que escolherá o candidato tucano à sucessão presidencial. A preocupação da cúpula do partido é evitar a todo custo um confronto entre o ministro da Saúde, José Serra, e o governador do Ceará, Tasso Jereissati. Como Serra está mais bem posicionado nas pesquisas e tem um número maior de aliados — conforme mostrou pesquisa do GLOBO com a bancada do PSDB no Congresso — a cúpula do partido espera que o governador desista de sua candidatura nos próximos dias.

— Prefiro não falar em nomes, mas estamos conversando para buscar a união. É tudo o que queremos. Não se entra numa pré-convenção sem saber o resultado — disse o secretário-geral do partido, deputado Márcio Fortes (RJ).

Desafio é consolidar o nome de Serra
A pré-convenção será em 16 ou 23 de fevereiro. Até lá, o desafio dos tucanos é consolidar a maioria de Serra e ao mesmo tempo garantir que Tasso não partirá para uma dissidência. O ministro disse a seus interlocutores que, tão logo a pré-convenção seja marcada, ele anunciará o data de sua saída do governo.

Na quarta-feira, o presidente Fernando Henrique promove um jantar no Palácio da Alvorada com a cúpula do partido. Além do presidente do PSDB, José Aníbal, participam do encontro os seis governadores: Tasso, Albano Franco (Sergipe), Dante de Oliveira (Mato Grosso), Almir Gabriel (Pará), Geraldo Alckmin (São Paulo) e Marconi Perillo (Goiás). Serra e os ministros Paulo Renato (Educação), Artur Virgílio (Secretaria Geral) e Pimenta da Veiga (Comunicações) também foram convidados. O principal objetivo é selar a paz entre os pré-candidatos.

A expectativa dos tucanos aliados a Serra é de que, at


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