As mulheres se definem na sucessão








As mulheres se definem na sucessão
Paulistas e gaúchas no apoio a Serra. As eleitoras paulistas e gaúchas são responsáveis pela ascensão de José Serra, o candidato do governo, na reta final da disputa presidencial. Segundo o Ibope, elas deram a Serra uma vantagem expressiva, de sete pontos percentuais, sobre o candidato do PPS, Ciro Gomes, em dois dos maiores colégios eleitorais (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul).

As mulheres são maioria (50,8%) no eleitorado nacional. Têm a supremacia nas urnas, com dois milhões de votos a mais que os homens. Significa poder de decisão em uma eleição de resultados apertados. Sobretudo em uma zona eleitoral como o Estado de São Paulo, onde 25 milhões de eleitores devem decidir a sucessão presidencial - como aconteceu há 13 anos.

Em 1989, os paulistas garantiram a vitória de Fernando Collor de Mello, apeado do poder dois anos depois por um processo de impeachment. Na época, o voto masculino era majoritário.


Triplicam os recursos girados no overnight
A sobra de dinheiro no caixa dos bancos que passou a ser girada no ?overnight? (operações de um dia para outro) quase triplicou de maio para cá, com um salto de 185% (de R$ 11,9 bilhões para o pico de R$ 34,1 bilhões na quarta-feira passada).

Este excesso de liquidez vem sendo esterilizado por meio dos leilões diários do Banco Central (BC). As trocas no mercado interbancário rondam a casa dos R$ 2 bilhões por dia.

Depois das mudanças nas regras de valorização de carteiras dos fundos de investimento e do início do novo Sistema de Pagamentos Brasileiros (SPB), as tesourarias e fundos de investimento têm preferido a liquidez. O aumento do risco soberano, as eleições e as preocupações com a ameaça de guerra no exterior também explicam a gestão mais conservadora dos recursos.
"Todas as operações do mercado aberto têm, hoje, um impacto expansionista no sistema", disse a superintendente técnica da Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto (Andima), Valéria Arêas Coelho. Ela aponta as rolagens parciais de títulos públicos como um fator do aumento da liquidez. E diz que, só em agosto, os resgates líquidos foram de R$ 21 bilhões.
O diretor do Banco Fator, Sérgio Machado, acrescenta que essa folga denota uma percepção maior do risco dos títulos públicos. Além disso, os bancos reduziram a concessão de o crédito: "Hoje, os fundos têm menos recursos para administrar e há mais dinheiro no depósito à vista, poupança, dólares e imóveis."


A Açominas investe para produzir fio-máquina
A siderúrgica Açominas, controlada pelo grupo gaúcho Gerdau, exportadora de semi-acabados, terá uma laminação para fazer fio-máquina, etapa intermediária na produção de aços longos, como vergalhões e fios.

Com investimento de US$ 75 milhões, a nova linha, que vai operar em setembro de 2003, terá capacidade para 550 mil toneladas por ano. Outras unidades do grupo Gerdau já fazem fio-máquina. Na sexta-feira, a Gerdau ampliou sua participação para 78,9% do capital da Açominas ao adquirir as ações da Natsteel, de Cingapura.


México deixa o Tratado do Rio; os EUA desapontados
O México se retirou do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), assinado em 1947, no Rio. O presidente Vicente Fox disse na sexta-feira que o tratado estava obsoleto e precisava ser substituído por outro mais moderno.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Charles Barclay, afirmou que seu governo está desapontado com a decisão, porque considera "o tratado um instrumento vital para assegurar a segurança hemisférica".

Em setembro do ano passado as críticas mexicanas ao TIAR provocaram disputas com a diplomacia brasileira. Mas os atentados em Nova York e Washington, adiaram as discussões. Procurados por este jornal, nem o Itamaraty nem o Palácio do Planalto se prounciaram.


Trajetória firme da indústria automotiva
Desde os anos 20, quando começou a montar carros no Brasil, a indústria automobilística tem refletido o percurso da economia nacional. Sua arrancada moderna data dos anos 50, sob o impulso da política desenvolvimentista do governo de Juscelino Kubitschek. E hoje é caracterizada pela presença de marcas do mundo inteiro e pela mobilização para o mercado externo.

Com um panorama da indústria automotiva, este jornal inicia hoje a série Trajetória, que mostrará diariamente a evolução dos vários setores da economia brasileira.


Colunistas

MARIA HELENA TACHINARDI

Mercosul acelera acordo com andinos
Sérgio Amaral oferece, além de abertura comercial rápida, financiamento e investimentos. O governo colombiano recebeu ontem, do Brasil, um cronograma de trabalho para a conclusão de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Comunidade Andina de Nações (CAN) até novembro.

"Os colombianos estão comprometidos com o esforço de concluir as negociações até o final do ano", disse a este jornal, de Bogotá, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral.
A Colômbia, como presidente pro-tempore da CAN neste semestre, negocia pelo bloco, e o Brasil, que preside o Mercosul, tem autoridade para negociar em nome dos outros três sócios. Amaral fez uma proposta de quatro pontos aos andinos: prazos de redução de tarifas para produtos em geral; prazos para itens sensíveis; tratamento para produtos agrícolas; e regras de origem.

"Combinamos um compromisso tentativo. Pedimos a eles que nos dêem uma resposta até o dia 20 deste mês", disse o ministro brasileiro, que se reuniu com seu colega colombiano do Comércio Exterior, Jorge Humberto Botero.

A previsão é que os dois governos voltem a se encontrar em outubro e, em novembro, ambos os blocos fechem o acordo, para assiná-lo em dezembro. A Colômbia sempre foi o país da CAN mais resistente a um acordo de livre comércio com o Mercosul, mas, segundo Amaral, o que deve ajudar na negociação é o fato de o Brasil propor um pacote adicional ao comércio - investimentos, parcerias estratégicas empresariais, financiamentos "e abertura de nosso comércio mais rápida do que a deles".

Sérgio Amaral esteve na Colômbia acompanhado de cerca de 15 empresários brasileiros da área de engenharia e construção civil, das indústrias de veículos e autopeças, de calçados e eletro-eletrônica.
Amaral, que na semana passada, iniciou com o México negociações para um acordo de livre comércio entre esse país e o Mercosul, disse que o modelo com os andinos pode ser semelhante, isto é, flexível.
O ministro do Desenvolvimento explicou que a preferência seria de imediato um tratado Mercosul-CAN, mas existindo um acordo guarda-chuva entre os dois blocos, os países, bilateralmente, podem fechar negociações no ritmo que desejarem. Quando todos concluírem o processo, então os dois blocos chegarão ao livre comércio.

Amaral relatou aos colombianos que irá formalizar ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e à Corporación Andina de Fomento (CAF) um pedido de apoio ao financiamento do comércio.

Ainda dentro dos incentivos que o ministro Sérgio Amaral está oferecendo aos parceiros andinos, com o apoio do BID e da CAF, constam mecanismos de financiamento para investimentos conjuntos, além de suporte a associações empresariais.

"Achamos que as parcerias empresariais podem desbloquear o comércio", disse. Ontem, em Bogotá, houve um encontro empresarial - no almoço, de acordo com Amaral, participaram 60 pessoas - e "vários setores contaram sobre os entendimentos que tiveram".

Superávit do Brasil
O ministro disse que o interesse do Brasil é "apoiar os colombianos para que eles tenham oferta exportável".
O objetivo é também, segundo Amaral, reduzir o desequilíbrio comercial. No ano passado, o Brasil teve um superávit de US$ 412 milhões com a Colômbia - exportações brasileiras de US$ 600 milhões e importações de US$ 188 milhões.

O déficit do Peru e do Equador com o Brasil é grande também, e um pouco menor o da Venezuela.
Amaral disse que esteve com autoridades e empresários colombianos da área de transportes. "Eles querem fazer conosco, em parceria com empresas de construção, uma parte da infra-estrutura de transportes da região", informou.

Missão sobre transportes
O Brasil vai enviar à Colômbia uma missão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Ministério do Planejamento e empresários do setor para identificar projetos. "Os colombianos têm interesse em integração fluvial, a melhor forma de integração na área de transportes com o Brasil".



Editorial

TRAJETÓRIA FIRME DA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA

Desde os anos 20, quando começou a montar carros no Brasil, a indústria automobilística tem refletido o percurso da economia nacional. Sua arrancada moderna data dos anos 50, sob o impulso da política desenvolvimentista do governo de Juscelino Kubitschek. E hoje é caracterizada pela presença de marcas do mundo inteiro e pela mobilização para o mercado externo.

Com um panorama da indústria automotiva, este jornal inicia hoje a série Trajetória, que mostrará diariamente a evolução dos vários setores da economia brasileira.


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09/09/2002


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